Cabrashow: a loucura documentada da vida. Pra quem gosta de ler!

domingo, 21 de dezembro de 2008

Sinfonia dos Animais live in San Diego

I'm running out of money. Arrisquei tocar no centro estes dias. Achei que a receptividade seria melhor. Na verdade faltou uma percussão, ou sei lá.
Jaquetinha militar com o brasão do brasi, cachecol verde, broche com uma estrelinha vermelha e a cara pra bater. Peguei o bus com aquele violão sem capa, Crash na super camaradagem me emprestou aqui. É um violão bem bom Yamaha.
Fui no lugar que tinha visto aqueles dois fellas tocarem.
Vocês não sabem o que é parar, deixar o violão encostado, tirar a cuia da mochila, colocar na tua frente, tirar 1 pila e umas moedas da carteira, jogar ali, empunhalar o violão, galera passando e estourar uma música. Esse processo é tenso. Dá pra cantar qualquer coisa, até uma música forever porque é difícil alguém realmente parar. Eu vi que música em português funciona, espero que dê mais certo porque vou tentar mais vezes mas nessa hora tinha um cara na esquina e ele tava com um amplificador e meio que tava ofuscando o meu som.
Comecei tocar Cadê minha certidão, bem alto, bem gostoso assim não deu outra, um brasileiro "isso aí cara, pode crê!". Gostou muito da minha atitude de certo.
Cantei Sinfonia dos animais, eu acho que tenho que dançar mais, não sei, sei que chegou esse cara muito louco e pediu pra mim cuidar das malas. Trocou uma idéia, considerou, os mais loucos sempre param. Não sei se queima a cara da gente um louco do lado mas o legal é que eles falam que a gente não pode parar de tocar. Resolvi tentar outro lugar, incrível como a galera considera um músico, os pedcabs dão carona de graça, muito divertido andar num táxi bicicleta pelo centro.

Num lugar não distante de onde eu estava assim que comecei a cantar um cara de chapéu me abordou dizendo que tocava ali fazia anos mastava sem a guitarra dele e que eu tava quebrando as pernas dele porque todo mundo conhecia ele ali e aquele era o spot dele. "Here is my spot dude". (Aqui é meu local). Logo ele percebeu que eu era humilde e bem gente boa e me deu umas sugestões de lugares. Disse que veio de Missouri, não sei como escreve, chapéuzão, disse que tinha barbona e cabelão e as pessoas começaram a dizer que ele se achava o Willie Nelson. Muito engraçado, percebi que ele não estava bêbado mas tinha um jeitão muito louco.

Pensei em ir na frente do shopping onde eu primeiro vi alguém tocando mas acho que não pode tocar lá, segui o conselho do cara e fui entre a Fourth and G. Nesse spot que os músicos meio que tocam e acho que será aí que sempre vou tocar. Só não sei se é bom de tarde ou de noite, ou se tem um outro lugar mais sacado. Sei que fiz o processo e encabecei uma cantoria de novo.
Sou acostumado a tocar com gente quieta ouvindo a música da introdução ao gran finale e quando não tem ninguém passando é estranho perceber que está sozinho, mas então. Fiquei mais meio que forever Sinfonia dos Animais, deitandinho assim. Forévinho por tipo 40 minutos. Ganhei umas moedas de um cara, um docinho bem gostoso de uma menina simpática e 5 dólares de um negrão muito gente boa. Ele não sabe o quanto aquele 5 pila dele me foi útil.

Achei que faria tipo 50 dólares, foi a primeira vez, saindo meio desiludido Denise me ligou, isso foi bem legal. Andei pelo centro conversando com ela pelo celular até pegar o ônibus na Broadway e voltar pra casa exausto.

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