Cabrashow: a loucura documentada da vida. Pra quem gosta de ler!

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Welcome to Tijuana, Tekila, Sexo y Marihuana

Quando Chris primeiro veio no meu ex-ap, ele veio com Cindy e o seu roomate italiano David que estava pegando uma mina de San Francisco. O que rolou é que me mudei pra cá e o que sabia era que o italiano David estava numa viagem de campo em Ukathan no México com a turma da faculdade. Pensem que além. Aí um belo dia, 2 semanas depois, ele voltou pra cá. Trouxe várias fotos e várias histórias. Ficaram num lugar muito cheio de pobreza e muito louco. Me contou que foi numa rinha de galo e foi a coisa mais louca que já viu. Rinha de cachorro não sei se é esse o nome, muito engraçado o Chris falando que se marcar é até legal no méxico. Rinha de galo eu sei que é comum e todo mundo gosta.
meninos dançando break em semáfaro em Tijuana

Aí o que rolou é que em Ukathan David conheceu uns estudantes do México. Estudantes estes que vieram pra cá, pra nossa casa e estão posando aqui faz um tempinho. Eles são muito legais, ou chidos como dizem. Eles são super chidos. Eles são bem festeiros eu diria. Bem festeirinhos. Curtem uma boa gandaia e uma manguaça. Demais, tipo tomam o dobro de cachaça que a galera do Mad Bar. Tomam tekila na verdade. Só tekila e misturam tekila com cerveja também. Outra é wey. Wey pra lá wey pra cá. Wey pode ser o mesmo que "dude" aqui em San Diego. Aí eles ficam não sei o que lá wey, não sei mais o que wey, es fucking chido wey. Bem legal.

bus em Tijuana

Aí outro dia pegamos o trolley e fomos pra Tijuana com eles. Foi super chido! Conheci a casa deles, finalmente. Uma televisão não tão grande, um portão na frente, uma rua de terra. Me sinto muito em casa. Tijuana se parece muito com o Brasil. Extremamente hospitalares e gente fina. Comemos umas tortilhas. Chris comeu um pedacinho de uma pimenta que eles tem chamada Habanero e quase morreu. Eu vi ele quase morrendo na minha frente. Mas essa é a pira, comer um pedacinho de pimenta e quase morrer. Respirando fogo, água, água. Mexicanos são acostumados, curtem uma comida picante. Eles avisaram e Chris comentou mesmo que deu pra sentir quando foi cagar. Cagou picante.

o que rolou aqui é que o cara fez uma brincadeira comigo tipo "foto não, foto não" e eu achei que era verdade porque às vezes não deixam tirar fotos nos lugares daí me senti mal porque ele só tava brincando e eu meio que levei a sério
aqui o tenso de Tijuana, o lado tenso, não sei quem foi o campeão que disse nessa hora "ó, eles tão indo matar um cara, vamos lá ver?"
Aí pegamos um táxi van pro centro de Tijuana e foi a primeira vez que andei pela avenida central. Que loucura, eu acho que Tijuana está entre as cidades mais perigosas do mundo mas pai, mãe, eu estava mais do que seguro. Mais em casa do que o Chris por exemplo, ele é visivelmente mais alto e mais branco.
Aí entramos num bar meio que porão, tinha que descer por uma escada. Rock'n roll total. Umas músicas mexicanas que estou curtindo ultimamente também. Tomando uma cervejinha bem clima brasileiro dando muita risada e a galera fumando cigarros dentro do bar. Uma coisa que pra gente é tão normal pro Chris é maravilhoso porque os estados unidos não deixa. Mas agora vem mais uma que os estados unidos só não deixa. Qual não foi a minha surpresa quando senti uma marófa dentro do bar? A chamada maresia, cheiro oriundo de maconha sendo queimada que eu categóricamente apelidei em inglês de "Green Breeze" e até o Chris está usando. Então senti uma green breeze e comentei, "can you feel it Chris? Green breeze?". Supresa maior foi quando me disseram que sim, neste bar pode fumar maconha. Ainda surpresa quando o garçom veio oferecer pra gente, 3 baseados por 5 pila. A gente não fuma maconha mas parece ser um bom negócio. Sounds like a good deal em inglês.

da esq. pra dir. Eli, Chris, Zoila, May, eu e Alpha no bar que dava pra fumar maconha

mais uma no bar eu, Zoila, Eli, Alpha e May, essa menina May a mãe dela trampa na american airlines e ela já foi pra vários países, república checa, viu as pirâmides, argentina, e pro Marrocos ela foi duas vezes, ela me disse: "Marrocos wey, Marrocos...

eu com a camiseta Vote for Pedro forever em solo mexicano, detalhe pro sinal do méque donalds lá atrás e chris de um lado e nós do outro, não foi proposital

Daí desandamos, na volta pros US esqueci uma merda de um papel o DS. Não esqueci, achei que nem precisava, mas não deu nada, só me alertaram pra não cabaciar mais uma vez. Os policiais filhos da puta grossos, mal educados, sedentos pra foder com a vida de algúem. Mas tudo fine.


Fecho este post com a melhor foto com certeza, detalhe pra bela sentença no quadro atrás de nós:

"Tijuana es sagrada porque tijuana es libre".

Now Hiring!

Louco por emprego e assinando embaixo o que uns brasileiros de floripa falaram: "trabalho até no inferno se for preciso", agarrei com vontade a única coisa que tinha me surgido. Waver. Liberty Tax, ficar com a fantasia de estátua da liberdade balançando uma placa sob o sol californiano por 4 horas. Meu chefe falou que tinha um monte de brasileiro fazendo isso, trabalhando pra ele também, todos na mesma situação que eu.
Não era todo dia, era tipo duas vezes por semana então eu prosseguia firme na procura por trabalho filling the applications em toda parte, procurando na Job Giant, pedindo ajuda para as pessoas. Fiz a parada do wave 4 vezes daí consegui o trampo que trampo agora, garçom, um lugar bem legal, finalmente. Finalmente. Comentei com o cara da Liberty Tax que não precisava mais do trabalho e ele me disse, "pois é, parece que os brasileiros estão sendo contratados" porque vários dos seus empregados acharam alguma coisa.
O maior "fear" da galera é o de achar emprego. O que rola e rolou comigo é o seguinte. Cheguei aqui achando que ia estar trabalhando nos primeiros 15 dias. Segundo dia que eu cheguei aqui eu fui no Sea World e eles falaram, "pois é, as coisas estão slow talvez só em Janeiro". Janeiro? Imagine esperar até Janeiro, tá louco! Fui no grande zoológico San Diego Zoo e falaram, acompanhe no site, é tudo pelo site mas acho que só por Janeiro mesmo. Janeiro? Meu deus, o que vou fazer até lá. Preciso agora. Sim, encontrei essa menina e esse menino no ônibus, eles desistiram, largaram mão de procurar emprego, estavam voltando pro Brasil, they "pussed out". Afrouxaram pros estados unidos, não puderam.
Tem de se continuar procurando, não dá pra parar, você pode se arregar de uma hora pra outra num super trampinho bem, basta continuar procurando.
Dicas pra procurar emprego nos USA:
Ir bonito, sozinho, sóbrio, sem mochila e com um currículo na mão. Primeira coisa, "are you hiring?" Se eles não tiverem contratando já fica difícil, mas vão falar pra você preencher um application mesmo assim. Se não tiver o Social Security Card eu costumava colocar "waiting for" no application. Mentir experiências, mete um restaurante da tua cidade, mete 2 anos de experiência, pega o telefone no Google, eles jamais ligarão pro Brasil pra conferir.
Lugares bons pra aplicar é sempre Fast Food e restaurantes. Mas eles não contratam pessoas aleatórias, você tem que de alguma forma ficar pexada do manager. Ficar pexada do manager esta é a dica. O que é ficar pexada do manager? Tá você preenche o application bem bonitinho, na job position colocar busser que é o que limpa as mesas, ou waiter, ou server ou cashier, ou dishwashing. Tem que colocar alguma, não coloca "any". Tem que focar um restaurante alvo, focar uma profissão, metas.
Aí com o application na mão pergunta pra mexicana "you're manager is here by any chance?" (por acaso o chefe tá aqui?). Se apresenta pro manager. Diz de onde é, fala pra ele what's up. Tem que falar com o manager, não dá pra entregar pra qualquer um, eu preenchi uns 100 applications e ninguém me ligou. Aí o que tem que fazer é voltar no lugar, passar no lugar trocar uma idéia pelo menos 1 vez por semana, manter um laço.
Tem que ir em lugar que estão Hiring, procura nas revistas, nos jornais, craigslist. Craigslist tem que ser todo dia de manhã. Se você não pegar o outro pega.
Tomar cuidado com Craigslist também porque caí em duas falcatruas, me enganaram duas vezes. Achei que ia dar aulas de inglês pra um menino vindo da Dinamarca, me mandaram um cheque de 3.000 dólares, era 2.000 pra mim e 1.000 eu mandaria de volta pra eles, eu quase saquei. Quase! O que ia acontecer era que eu ia ficar devendo essa grana pro banco quando eles descobrissem que o cheque era fraudulento. Em outra achei que ia cuidar de umas crianças e me mandaram um cheque de 1.000 e eu joguei fora. Mesma coisa, "saque esse chegue pegue $500 e nos mande $500. Tenso. Só ficar esperto, eles nunca vão te pagar antecipadamente assim e tem que interagir com a pessoa pessoalmente. Aí não tem erro.
Vasculhar, varrer. Ficar esperto. Fazer diferentes tipos de currículos focando diferentes profissões. Quem pede currículo é mais restaurante pra garçom e bartender o resto é no application mesmo.
Não dá pra desistir sabe por que? Uma coisa que notei, eu parei total de procurar. Então quem procura acha. E quem já achou não procura mais. Eu sou um à menos. Não estou mais competindo. O que rola aqui na América é que o pessoal não quer ser pago por menos de 10 dólares a hora. E nós brasileiros quebrados não estamos nem aí. Então tem sim emprego. As coisas estão ficando melhores. Tem que honrar aquela "quote". Brasileiro não desiste nunca!
Fica aí a dica do Cabra pra indiarada, falei!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Palm Springs

Muito legal. Daí Julian tem um super carro, Subaru acho. Vai muito rápido. Bem legal. Daí Julian, o Iron Man, passou no meu trampo, comeu uma sopa do meu trampo e saímos curtir ali por Ocean Beach. Tava tendo Farmer's Market, uma banda tocando na rua, pessoal "chilling", eis que Julian me solta: tá afim de ir pra Palm Springs? E eu na lata respondo: "I'm down".

Esse ônibus estava em Palm Springs, tem uma expressão que usam aqui pra tirar o cara pra retardado: you ride the short bus!

Essa ponte por sua vez já foi voltando de Palm Springs, se for a mesma Chris falou que é a Rainbow Brigge. Meio que deserta, não passa muito carro. Ele e os amigos dele levavam uma cervejada e faziam festa bem no meio dessa ponte de noite, calculem.

Partimos. 1 hora pro Norte, 1 hora pro Este. Tudo escuro, tinha uma estrela mas Julian disse, aquela luz é o farol no topo da montanha. Replico, "não boto fé que tem uma montanha aqui". Entramos, simplesmente uma casinha ultra barca. Só os pais dele moram lá, os filhos tudo se dispersaram, a irmã de Julian tá no Arizona, tem mais uns irmãos perdidos por aí.

Mas voltando, uma casinha muito barca por demais. Uma super cozinha perfect, uma super geladeira forrada de coisa, mas forrada pra valer. Tipo 3 vezes mais do que a geladeira de cada um de vocês leitores do Cabra Show. Eu me pergunto porque vocês se dispersam dos teus pais se tem uma casa tão além assim. Contei pra ele que no Brasil a galera faz bastante filho pra eles trabalharem e ajudarem na horta e no sustento da casa.
Laramos, troquei uma boa idéia com a mãe dele sobre tudo que me aconteceu aqui, ela ficou impressionada. Eles nasceram no México mas só ensinaram Julian inglês. Mas ele sabe bastante espanhol por gostar do idioma. Comi um pãozinho com um frango e suco de uva. Eu me senti muito amigo de escola do Julian, o Iron Man, que tipo, me convidou pra ir na casa dele depois da aula. Aí Julian trocou de carro, pegou um super carro que andava na High School, azulzão tipo cadilac asim, infernal, demos uma volta pelo centro da cidade, me mostrou aonde paquerava as meninas:

Aí fomos dormir, na verdade foi uma ida sem noção, só ir, dormir e voltar. Porém, muito bem do mesmo jeito. Um quartinho muito perfeito, uma cama muito sussegada, dois andares a casa assim, não canso de me dizer que tudo muito confortável e perfeito na baia dos americano. Aí acordei de manhã cedo, fui até a sacada e BAM! Uma super, mas super montanha na esquina. Era tudo que eu queria ver. Claro que não é tipo Imalaia ou Andes. Mas maior do que os morros de Santa Catarina talvez. Bom na verdade não sei. Mas estas tinham neve no pico, dá pra ver pelas fotos:

Roupa que fui trampar.

Eu em Palm Springs.

California é no deserto. Quando voei de Dallas pra cá deu pra ver o gigantesco deserto que é o estado do Arizona e New Mexico e não para quando chega na California. Estive também lendo sobre dificuldades de se estabelecer aqui quando chegaram os primeiros espanhóis em 1800. Aqui não há árvore nativa. Chris às vezes me mostra, perto do Balboa Park tem umas áreas de vegetação nativa que são uns arbustos e uns cactos.

Também no Verão é um absurdo de calor eles dizem. Aqui em San Diego estive fazendo a conversão, o termômetro estoura nos 40 graus célcius facilmente. O que torna as maravilhosas praias daqui um paraíso. La Jolla, Pacific Beach, Ocean Beach, fico imaginando no Verão. Porque agora não dá pra se imaginar pulando na água, o Pacífico está muito frio. Embora eu tenha que fazer esse feito antes de ir embora, na verdade, quiçá vou tentar aprender a surfar um pouco pra californiar de vez.

Me falaram que aqui no Verão é o paraíso, mulheres maravilhosas andando quase peladas por toda parte, a temperatura do oceano é agradável, ondas na medida pra quem surfa e eles tem a melhor cannabis do mundo. Chronic, skunk, home-griz, como quiser chamar a que circula aqui é tida como a melhor do mundo ao lado de Amsterdam e Hawaii. E muita gente fuma maconha. Grande parte da população seria engraçado dizer.

Aqui existe algo chamado Medical Marijuana e os anúncios estão nas revistas. Você vai no médico, prova que tem medo, ansiedade, depressão, esquizofrenia, espasmos, enfim, é uma série de disfunções para as quais a Medical Marijuana é indicada. Embora, na verdade, o que acontece é que ninguém tem doença nenhuma mas os doutores são meio que forçados a indicar a erva. Aí o indivíduo passa a ter um cartão da Medical Marijuana, tem o direito de cultivar até 6 plantas em casa e ordenar maconha através de um site delivery na internet com diversos tipos, um cara de carro trás em casa.

O que eles dizem da California é que não há melhor lugar pra ficar somente "chilling". Termo tão usado aqui que poderia ser traduzido como sussegando, sussegado talvez. Assim como nas raves a parte de lesar, dar uma descançada é a Chill Out area. Eles falam aqui à todo momento, por exemplo: E daí, qual é a boa? "Nothing much, just chilling". Chilling, I'm chilling.

Se San Diego é quente, imagine Palm Springs. É inabitável. 120º fahrenheit. O que seria quase 48º Celsius. Calculem. É no deserto mesmo, de verdade. Mas não é de areia, tipo Sahara. É o deserto americano, tipo Ride the Snake do Jim Morrinson. Só pra calcular, quando bate 32ºC em Ponta Grossa eu detesto, talvez porque é húmido também e isso só piora, mas suando e pegando o ônibus naquele calor infernal. 32ºC já costumamos falar: puta que calor do agreste, tá parecendo um inferno! Ok. San Diego deve chegar nos 40ºC me corrijam se me engano mas é isso aí ou pra mais. Não se fica de camiseta, sua-se o dia inteiro mas ainda que tem as praias e a cidade deve ficar linda, como quero vir pra San Diego num verão ainda um dia!

Mas agora, meu amigo, Palm Springs se você sacar no Google Maps já é deserto de verdade. Inclusive estava Julian a me contar sobre histórias muito interessantes do deserto. Não se pode dirigir no deserto, isso é uma lei meio recente mas o pessoal dirige e não tá nem aí. Tal qual levar uma mina pra dar uns pegas no Centro de Eventos, ou numa área mais isolada, o lugar pra dar uns pegas aqui é o deserto. Também pra usar drogas. Julian contou que a galera entra com o carro pra dentro do deserto pra se drogar e também que tem muita plantação de cocaína e narcotráfico forte rolando sempre. Tem que cuidar pra não se perder, o pessoal entra pra dar uns cavalinhos de pau e foi o que a gente fez. Foi divertido, mas é meio assustador. Tudo sob controle, o Iron Man sabia o que estava fazendo.

Viveu a infância inteira em Palm Springs, não dá pra acreditar. Me contou que um dia tava andando de bike no deserto com uma galera e no embalo ao atravessar um trilho de trem, sacou que o trem estava vindo, freiou, voltou pra trás mas mesmo assim foi atingido na roda da frente. Diz que voou e a bike ficou completamente fodida. Diz que foi muito louco.

Quando devaneio, retomando: o vídeo do começo do post foi logo tipo uns 10 minutos depois dessa foto. Daí uns 10 minutos depois do vídeo capturei essa boa do Iron Man abastecendo num posto de Palm Springs:


Aí uns 10 minutos depois dessa foto do posto fizemos esse vídeo na estrada tava tocando Creedence, muito engraçado o Iron Man falando umas coisas em português, ele trampa com um brasileiro e aprendeu algumas coisas mas eu ando incrementando mais o seu vocabulário. O repertório de Julian é esse: Porra, tomar no cu porra, pau na tua boca, filho da puta, caralho, vocês são tudo filho da puta, seus gozado, caralho, porra, vai tomar no cu. É indescritivelmente engraçado ele falando isso e mandando todo mundo pr'aquele lugar.




Aí a foto que se segue é de um cassino mor em Palm Springs. Quando viemos de noite tinham umas luzes muito legais no topo. Algo que nunca vi. O interessante é que esse cassino só funciona porque está sobre terra indígena e os americanos não podem fazer nada. Sei que a americanaida vem em massa aqui. "Gambling". (Apostar dinheiro).

Aqui uma foto boa que eu tirei.

Julian, o Iron Man me lembra muito do Amauri muitas vezes. Demais, explicando as coisas. E uma pegada de México também. Mas mais falando treshera assim.


Aqui você pode ver os WindMills, lindos, belos, enormes, vários. Tiram energia do vento. Felizmente estive com a câmera de Julian nessa viagem e pude compartilhar com a galera aqui.

Desde que conheci uma câmera digital boa pela primeira vez, nesse caso foi a do Marcinho me mostrando um vídeo do quartel. Eu penso que vídeos são o que há. Vídeos espontâneos. Vídeos mostrando as pessoas falando. Pessoas conversando. Será com prazer que rechearei essa porra desse blog com vídeos.

Lembro que quando João veio pra San Francisco me mandou um vídeo somente dele andando de bicicleta numa rua americana e foi o suficiente pra mim ficar abismado. Legal que a galera daqui, Eric, Julian me perguntam sobre o blog: "Dae, já postou no blog?". Gostam que eu traduza os trechos pra eles, arriscam dar uma lida não entendem muita coisa mas adoram meu blog. E eu falo pra eles que já são celebridades e que quando forem pro Brasil lhes arranjarei algumas brasileiras amigas minhas. Enfim, é o Cabra Show. Aproveitem mais esse último vídeo de Palm Springs:

Julian - The Iron Man

Primeira vez que eu vi Julian que me lembro, do nada chegou aqui. Mas já tinha ouvido falar bastante. Era mais um dos camaradas dos caras. O que mais caretiei foi com a bicicleta que ele tem e de como é um ciclista de verdade, com capacete, sapatilha de bike, roupas de bike, vida de bike.
Julian mora em Ocean Beach num pico alucinante como diriam meus amigos de Floripa. Trata-se dos apartamentos no cliff e de fato, é na beira do oceano e eles tem um visual lindo do Pacífico. Não sei se há foto mas logo recordiarei um vídeo lá podem ter certeza. Aliás, muitos, mas muitos vídeos virão...
Retomando com Julian. O que se passa é que Julian vai tentar o Iron Man no Hawaii em Maio. Tipo 600 pila pra participar, vai bancar o vôo pra lá, são quase 24 horas de prova no mínimo. Triatlo. Ok, here we go. Thanks Wikipedia:
São 4 kilômetros nadando, 180 kilômetros pedalando e 42 kilômetros correndo.
Julian parou de fumar e tomar gole no Natal e vai pro trampo pedalando todo dia. Ele estaciona carros num restaurante, tira uma grana boa contando gorjetas e tudo.
Outro dia foi bizarro, estávamos na casa do Eric e ele resolveu dar uma volta de bicicleta foi até a casa dele em Ocean Beach e voltou. Foi sem noção, é muito longe, deixe me ver. Ok, here we go, thanks Google Maps:

Este é o trajeto que ele fez brincando. Daí depois todo mundo, "man, you're the champion, you're a champion" (você é um campeão). Eu chamo ele de Iron Man e digo, "hey Iron Man, se precisar de alguma coisa me chame". Muito engraçado.

Na realidade mas um camarada que está por perto, tenho dormido na casa dele fica perto pra mim ir trabalhar, tenho ensinado capoeira pra ele. Manda bem. Daí do nada outro dia me intimou pra ir na casa dos pais dele em Palm Springs. 2 horas daqui de carro. "Só vamos!". Na verdade o que eu disse foi: "I'm down!". Igual meus amigos daí, aqui eles também classificam o nível de camaradagem de acordo com o quanto o cara é parceiro pra fazer as coisas juntos. Ou you're down or you''re pussying out". Ou é parceiro ou tá dando pra trás. Massa que, assim com diz Chris, eu sou "down" for many cool things. (bastante coisas legais). Caminhar até o inferno? Down. Pedalar até o inferno? Down. Assistir um filme? Down. Limpar a casa? Down. Assistir uma um vídeo de uma banda de Death Metal no Youtube? Down. E assim vai!
Never pussying out!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Vila Cipa

Logo eu que não estou interessado em achar uma religião pra seguir carreira. Que não estou preocupado na vida após a morte. Eu que nunca fui muito de igreja.
Desde que cheguei aqui tenho ido, ou melhor, fui pelo menos uns 5 domingos na igreja mórmon e uns 5 na igreja gospel. Conversando com as pessoas, tenho ido assistir uns filmes na casa de um ou outro. E a conversa é sempre a mesma, "nós somos a igreja certa, o resto é bobagem, o resto não vai pro céu".
Tenho ido no Krishna Lounge também. Os monges são radicais mesmo, acordam 3 e 45 da manHã, tomam banho gelado, não comem carne, não fazem sexo. E dá-lhe Hare Krishna! Aí eu quero ver!
O que aconteceu que numa Quinta-Feir aa noite de Krishna Lounge eu conheci esse garoto Ben que disse que estava se reconhecendo com Krishna porque estava caindo na desgraça com bebedeira e fumação de maconha. Estava encontrando no templo um sussego, uma explicação. Ben tinha a minha idade, meu deu uma carona, falei da minha situação de desemprego, ele falou que podia ver se conseguia alguma coisa no lugar que estava trabalhando pois o chefe é seu amigo de infância mas não queria comentar agora porque ele também tinha acabado de começar.
Já tinha esquecido desse piá, tanto que quando ele me ligou ele disse "Hey, I met you the other day, I think I got a job for you". (Ei, nos conhecemos outro dia, acho que tenho um trampo pra vc). Respondi que podia ir no mesmo instante, anotei o endereço mas ainda não tava lembrando quem podia ser do outro lado da linha. Até que ele falou "ei, só não comente que nos conhecemos no hare krishna, eles não sabem desse meu lado ainda". Aí me veio à cabeça. Aquele piazão, já se faziam umas 2 semanas e só tinha visto uma vez. Ok, nos conhecemos por um amigo em comum. Fui lá e só deu boa. Sem erro.
O chefe tem a minha idade, o pessoal serve comida vietnamita. O lugar é em Ocean Beach, a mecca hippie de San Diego.
Engraçado como deus não apareceu pra mim e me deu um emprego. Ele pois uma pessoa no meu caminho num lugar que eu estava aleatóriamente. Fui aquela noite sozinho pro Krishna Lounge por solidão de interagir com alguém, fazer alguma coisa, e por fome, servem comida e não custa nada. Tem que ter persistência. As coisas estão ficando melhores, não sei se tem brasileiros ainda sem trampo aqui mas não dá pra desistir, nunca é tarde.
Outro dia conheci um cara chamado Chuck. Ele falou que trabalha de pedreiro por alguns meses, faz uma grana filha da puta e viaja pra lugares distantes por exemplo Alaska. Daí volta, trabalha mais dois, três meses, acumula um cash e parte pra outra viagem. Sempre sozinho.
As coisas são fáceis, as pessoas complicam demais.
Foi bem legal a idéia que a gente trocou sobre que a grande sacada é ser "humble" (humilde).
Conversa vai conversa vem ele me fala que mora bem perto de um grande festival, qual não foi a minha surpresa quando ele pronunciou Coachella. Coachella fica tão perto da casa dele que diz que consegue ouvir as bandas tocando. Falei pra ele que quando tem Munchen Fest em Ponta Grossa também ouço e que é um fervo à alguns kilômetros da minha.
100 dólares cada dia. Pagam aqui que é coisa de playboy, os caras aqui não vão mas eu quero escolher um dos dias: Sexta, Sábado ou Domingo:
Me ajudem aí, que dia que eu vou:
To pensando no primeiro, Paul Mccartney, Leonard Cohen.
Tenho que tentar adiar minha passagem uns 5 dias, isso também não sei se vai rolar.
Se rolar fechou, vou fazer um vídeo andando pelo Coachella postar aqui e gritar:
100% VILA CIPA!
"The best part of one's life's consist's on his friendships"
(Melhor parte da vida da gente consiste em nossas amizades)
Não lembro daonde tirei isso mas me fez escrever uma coisa também:
"Os que as pessoas são senão com as outras".

Storage (Vídeo)

Aqui Chris mostrando umas paradas na Storage trocando uma idéia com Eric. Eles são os campeões que vão daqui de San Diego pro Brasil à bordo de uma van em Junho. Vão passar por Cidade do México, Guatemala, Cuba, Cayman Islands, Cancum, Panama, Colômbia, Venezuela e tantos outros lugares. Uma viagem ficar assistindo eles mostrando o roteiro no Google Maps.

Chegando no Brasil querem ficar lá na minha casa por uns dois meses, daí eu e Nise nos agregaremos à tripulação se tudo der certo e se Deus quiser. Aí pra rachar gás e traduzir os o português pra eles vamos acomponhá-los até São Paulo e o Rio de Janeiro que eu também nunca vi.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

The economy is bad

Tantas coisas se passaram e minha vontade era contar em detalhes tudo logo depois do acontecido. Cada situação que trombamos nessa nossa vida louca não é gente?
Cabrashow agora fervendo com amigos gringos agora vai virar mais vídeos e fotos e menas ladainhas. Na verdade só não escrevo quando não tenho tempo e oportunidade mas coisa pra contar é o que nunca vai faltar.
Não sei se contei, outro dia fui numa entrevista de marketing, pega o trolley green line direção Santee, passa o Qualcoom Stadium que é o estádio do Chargers e para em Grantville. Falando nisso, Trolley é um charme minha gente, é muita pira, você pega ele na estação, vem um de 7 em 7 minutos, fecha e vai. Tal qual metrô de São Paulo. A diferença é que não vai tão rápido e não é tão subterrâneo, muito pelo contrário, os filhos da mãe erguem caminhos lá no alto só para o Trolley. À parte das freeways, dos viadutos, dos underpasses tem o trilho do trolley que vai costurando a cidade, pra direita, pra esquerda, pro alto, pra baixo. Uma hora passa no meio de um clube de golfe e o clube é tão grande que tem campos dos dois lados e o Trolley passa pelo meio. Pra vocês terem uma idéia nessa estação Grantville, assim como várias outras, você desce do Trolley e pega o elevador pra descer na rua lá embaixo porque a estação é no alto.
Cheguei lá de terno e gravata, tinha 10 pessoas. O cara mandou um por um ler uma parada sem noção em um slide, uma fala de marketing assim. Todo mundo leu normal com exceção de um negrão que já tinha trabalhado lá, encarnou um telemarketer na hora deixando todo mundo no chinelo. Foi muito sem noção na realidade, não precisava. Mas tá, daí não sei com que critérios o gordinho filho da mãe dono do bagulho falou que ia chamar o nome de 4 pessoas que seriam contratadas e o resto era pra carpir o gato. Essa foi a que cheguei mais perto, 10 pessoas e ia contratar 4. Não chamou meu nome, saí fora e foi muito pra ir num cantinho qualquer e enfiar o polegar no cu de vez.
No elevador pra subir de volta embarcar no Trolley um negrão cabisbaixo muito gente boa, que também tinha sido descartado, falou que já tinha trampado para aqueles caras e que aquele gordo é um filho da puta mesmo que podia ter contratado todo mundo. Reservation Agents, o nome da parada. Nas revistas daqui, Reader e Job Giant o que sobra é trabalho com telemarketing. Deve ser foda pra caralho porque o negócio é automático e você faz tipo umas 200 ligações por dia tentando convencer as pessoas que elas ganharam uma viagem pra Las Vegas ou um carro novo.
Enfim, o negrão me abraçou e passou as dicas de vários lugares pra procurar emprego. Um era no Shipyard BAE, descia na estação Barrio Logan que fica praticamente embaixo da Coronado Bridge. Também fui num lugar que dão cursos de manutenção de computadores e enquanto você faz o curso pode trabalhar pra eles só não deu boa por causa do meu visa por mais que passei o migué no cara que vou ficar por 1 ano pelo menos em San Diego. É isso que os intercambistas tem que falar, que manager vai contratar, treinar o caboclo pra dali 4 meses ter que achar outro e começar tudo de novo.
Quando Evan, Phil foram lá em casa pela primeira vez, falei, assim como falo pra todo mundo da minha situação tensa de ter gastado uma grana com a viagem e estar tomando no cu desse jeito. Eles assim como todos falaram, "the economy is bad", (a economia está foda), mas Evan falou ainda mais, falou que eu tinha que curtir, parar de ficar cabrero. Falaram que eles que são americanos não tão estudando e não conseguem achar trabalho. Falaram: "Come back and say, mom the economy was bad and there was nothing I could do" (volte e fale, mãe a economia americana tava foda e não pude fazer nada). Falaram que até os mexicanos nem estão atravessando a fronteira mais. Até os Tijuanenses desandaram de vir tentar a vida em San Diego. Curiosamente falaram que ano passado, 2008, e ainda mais 2007 e antes sempre foi barbada arranjar emprego aqui, usou o termo "flourishing" "florescendo", tudo contratando. NOW HIRING!
Outro dia entrei no ônibus e assim como acontece algumas vezes, percebi que duas meninas bonitas eram brasileiras. Como algumas vezes pausei meu Mp3 pra ouvir do que se tratava. Pobres coitadas, uma reclamando pra outra que a mãe não tava aguentando bancar mais, que não achava que seria assim, que não pode pagar o aluguel mais. As duas estavam muito zangadas. Aí eu fico pensando, eu ainda homem que sou, durmo de qualquer jeito, aguento uma fominha, não me dou por abatido, aprendi e consigo regular a tomança de cu de cada dia. Mas já pensou essas loiras, de certo que só dão prejuízo mesmo. Na real é difícil imaginar alguém que encabece uma boa procurada de emprego, tipo o Chris aqui americano tá procurando mas é diferente. Ele foca em um restaurante, se concentra para um belo dia ir lá e aplicar.
Edgar irmão de Eric que eu tenho trocado uma idéia também. Ele nasceu em Tijuana, joga bola bem pra caralho, com ele que fui jogar no INDOOR lá. Muito gente boa, tem 19 anos e um grupo de amigos mexicanos muito gente boa todos. Conheci o Israel com quem tenho traduzido as músicas infantis que componho para o espanhol, por exemplo:
Esse menino não tem jeito eu já disse
Esse menino tá fazendo macaquice
Pula!
Macaco!
Em espanhol ficou:
A este niño no lo aguento yo he dicho
Este niño esta hacyendo desastre
Brinca!
El Chango!
Brinca El Chango ficou demais, agora saquem essa outra:
Mais adiante olha só o que a gente vê
Mas adelante amigo checa lo que vi
É muito grande não tem com oesconder
És muy grande no hay como ocultarlo
Um gigante
Elefante (mesma pronúncia nos dois idiomas)
Balança a tromba pra frente
Mueve la trompa pa enfrente
Balança a trompa pra trás
Mueve la trompa pa tras
Se um incomoda muita gente
Si uno molesta mucha gente
Dois incomodam muito mais
Dos molestam mucho más
Mais do que verdade, uma experiência de riqueza sem igual trocar uma idéia com estes camaradas do México. Eram 3 línguas comendo soltas: Inglês, Espanhol e Português. Eric de antemão me veio com essa "cara, meus amigos não vão parar de perguntar como se fala as coisas em português". Mas é com imenso prazer que eu respondi e perguntei muito pra eles também. Israel quis saber e aprendeu "Quero arranjar uma namorada brasileira". E eu suguei várias coisas deles também, minha tia Sane que ia caretiar com o espanhol deles. Israel tava me explicando, chamam ele de Chilango, ou como todo mexicano de Cidad del Mexico é chamado, sobre como tiram sarro do acento das pessoas da capital mexicana, e me mostrou como é a diferença da pronúncia de um piá de Mexico City e um piã de Tijuana. Mostrei pra ele como tiram um sarro de nós do sul e o "leite quente dar dor de dente" nosso. Pira é pensar que o espanhol do Uruguai, ou Colômbia, ou Argentina é também diferente do deles que também é diferente do da Espanha que está do outro lado do oceano.
Grupinho gente boa, eu só querendo aprender a falar besteira em espanhol, isso foi numa festa. Tá bom, eu fui numa High School Party. Nada como Superbad, American Pie.. foi parecida com aquelas dançantes áí do Brasil. de cortar o coração na adolescência, a diferença é que a sacada dava para uma super vista cobrindo a Mission Bay e tudo mais. Foi em Clairemont a festa, fui de carro com Eric, fiquei lá com orgulho de ter chegado na festa com os mexicas. Eu era o brasileiro, me pediram pra samber mas não sabia. "Mostra como dançam no Brasil". Me deram uma pulserinha de neon florescente e no final tudo se resumia naquelas pulseirinhas, as meninas fizeram colar, cintos imendando uma pulseira de neon na outra e só faltavam enfiar no rabo.
Tomei 6 latinhas de coca cola e forcei vários chips com um queijo que tinha lá. Não me senti descolado, até dei uma dançadinha e troquei umas idéias. Falei com a mãe da mina que era professora de inglês. Não tinha gole, pais e tias pro meio, uns japoneses tomando conta. Falando nisso, japoneses tomam conta mais do que qualquer outra raça aqui. Estão por tudo. Ásia dominando. Senhoras e senhores: Ásia.
Na volta todos com seus carrinhos, que não eram qualquer carrinhos. Fico encucado como um piazóte de 16 anos pode dirigir assim tão de boa um super carro pela freeway carregando quem quiser. É muita barca essa vida americana. Drive thru, x-burger, ar condicionado. Eles todos são muito leitinho condensado mas mesmo assim são estressados e tensos. Então quem é um pouco mais bruto aqui, leva a vida numa boa. Por Deus, metade do conforto deles já é pra nós, uma vida de rei. Legal foi o que o Edgar irmão de Eric disse muito bem colocado:
"They say the economy is bad but it's better than anywhere else..."
By the way, já contei que estou trampando num restaurante? Tá, essa fica pra depois..

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Storage

Ontem e hoje fomos num lugar muito, mas muito louco mesmo que se chama Self Storage.
Trata-se de um edifício, elevadores e várias garagenzinhas onde as pessoas guardam seus pertences. Por exemplo: Chris se mudou recentemente e tem muitos móveis que quer jogar fora, bolas de boliche, raquetes, coisas de tudo o que é tipo. Ele as mantém lá na Storage. Paga-se $100,00 por mês e pode deixar lá, tem chave e tudo. Ontem e hoje fomos lá pegar umas coisas, umas panelas pra cozinhar, mas é muito futurístico, uma coisa meio George Orwell, 1984:
Aqui, eu na Self Storage.
Falando nisso o Chris me disse que ele jogou por um bom tempo boliche, tanto que seu braço direito é maior que o esquerdo. Ele chegou a ser o sexto melhor na categoria juvenil da California e chegou a ganhar uma boa grana com isso.
Uma fotinha pra mostrar os brothers com quem ando hanging out:
Chris, Eric, Maria, mina de David, David Italy, parte de Merico

Aqui a tv de 61 inches da casa do Eric, a gente joga FIFA no XBox 360

Aqui você pode ver Edgar à esquerda e Chris deitado jogando FIFA em casa de mãe de Eric

Eu sem noção

Tá, daí outro dia fui jogar futebol com irmão do Eric. Fui me sentindo muito estrela, brasileirinho, pelézinho. Cheguei lá, desacreditei. Era INDOOR, mas tipo, igual Excite Stage pro Super Nintendo, o Panacho ia caretiar, sem lateral assim, dá pra dar meia lua fazendo tabela com a parede. Dá pra dar uma bomba pra fora e a bola volta e você experimenta outra.. muito sem graça, e o pior, tinha menina jogando junto e só podia dar três toques na bola: pacabá! Aqui eu na concentração:

Ao lado do campo que jogamos esse futebol tem um negócio desse, é enorme, water tower tipo a casa dos animaniacs ACME:


Em breve vídeos do Cabra América...

Motley Crue

Tá. Daí fomos no show do Motley Crue.

Evan e Eu

Só meti uma peita do Flamengo. Cox Arena, nossos assentos custavam $75,00. O amigo deles não pode ir, nos jogou na hands...
It was crowded. (Estava lotado)

Saudades de todos vocês.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Rock'n roll High School

Estou prestes à uma mudança radical na minha vida aqui. Uma mudança só para o bem total.
Tá foda, eu tenho rezado, tenho ido na igreja e foi Deus que me disse aquele dia pra ir no City College aquele horário pra procurar aula de inglês. Por Deus! Eu poderia ter ido em qualquer outro horário e já estava pra fazer aquilo fazia tempo e cheguei lá tava completamente deserto, estavam em férias e pedi informação pra um cara que eu apenas estou indo morar com ele agora, já setou de malas prontas. Me livrar do aluguel que não teria como nem aqui nem na China e cair de vez num bom english improving (avanço de inglês).

Chris. Ele tem 24 anos e nosso primeiro assunto lá no City College foi a viagem que estão planejando pra Julho, ir até a América do Sul à bordo de uma van. Agora que me conheceram o ponto final da viagem é a minha casa em Ponta Grossa na verdade. Trocamos telefone naquele dia e foi 3 dias depois que trouxe todos os ingredientes e fez um churrasco aqui no apartamento. Fez a frente total. "What have you been up to?" (Qualé a boa) Literalmente. Isso é o que perguntam no telefone, ele me lançou essa e eu na sincera, "bom ouvi dizer que tem um open mic num café em Pacific Beach. Ele só colou lá no Purple Café.

Aí me introduziu à Eric que será seu companheiro na viagem. Mal conhecia foi me buscar de carro lá em Shelter Island, quando chegamos foi super receptivo e extremamente gente boa. "Dude, just to whatever you want". Honrando uma cultura camarada do México ficava dizendo (Cara, apenas faça o que vc quiser). Um gesto genoroso que quase chorei, foi lá abriu a geladeira e disse "Look, take whatever you want". (Pegue o que quiser). Quando eu tiver uma casa eu vou fazer isso sempre que uma visita chegar, abrir a geladeira e dizer, pega o que quiser véi.

Uma super, mas uma super televisão, se passando de grande assim, 61 inches. Ganhou de natal do pai. A casa uma zona mas uma zona muito legal. Falou pra mim que quando quisesse, precisasse de alguma eles tavam ali, tem máquina de lavar roupa e cabides e um sofá. Me deixando muito à vontade na casa deles coisa que não vi em lugar nenhum aqui. Mesmo pessoal da igreja, encolhido por demais.

Logo chegou Evan e disse "mi casa su casa". Evan é uma figura por demais. Cabelo gordo e despentado tipo Julian Casablancas, cara de chapado forever, meio abobadão e super gente boa e com um inglês demais. Ele que fala "as sick as fuck" que foi título de outro post aí outra hora. Quando algo é as sick as fuck significa, tão louca quando uma foda, tipo assim. Gírias.
Ele é de San Diego aqui, branquelão e muito engraçado. Demais ver eles interagindo, tipo Chris e Evan, fico sacando as palavras se marcar vou começar a trazer um bloco de notas comigo e anotar as expressões.

Eric fala inglês fluentemente e muito bem. Muito legal ver ele falar, disse que foi foda quando chegou aqui primeiras semanas queria voltar pra Mexico City mas daí conheceu Evan e quando começaram a morar juntos acordar com ele falando inglês todo dia já pegou as manhas. Achei emocionante essa histórias deles, hoje fui na casa da mãe do Eric pra vocês terem uma idéia.
Ele já foi logo me avisando, eles não falam uma palavra em inglês. Imagine.

Um lugar distante up north. Me mostrou a High School que eles iam e me contaram como gazeavam aula pra ir surfar ou jogar video game um na casa do outro. Com uma galerinha e todos meio que ensinando a falar inglês, primeiro todos os palavrões eles disseram.
Comi muito bem, mãe de Eric gente boíssima. Um lugar bem burguês com piscina, sauna. Uma área de casas que equivaleriam às casas mais ricas aí de Ponta Grossa por exemplo.
Arrisquei um espanhol pela primeira vez na vida com mãe e tio de Eric. Falei que amamos Chaves, falei que meu vô curtia.

Aí conheci a casa que Evan morava também. Por Deus, se quando eu conheci a casa do Pagode achei muita barca, tipo, limpinha, telinha e umas coisas assim, morar só com o pai só que o pai trabalha e nunca tá em casa. Casa de Evan, grandes tv's de plasma em todos os cômodos e uma largada na dispensa. Evan tem um carro estourado desde High School que o pai dele comprou por 300 dólares. A boiada que rolou hoje foi que um amigo desandou de ir no show do Motley Crue e jogou os ingressos nas nossas hands. To indo no Motley Crue agora, agorinha, já. Só escrever mais umas coisas antes.

Eric mora com Evan. Eric veio de Mexico City pra cá em 2004 e não sabia falar nadica de nada em inglês. Se virava porque umas primas mexicanas davam umas dicas na escola até que conheceu Evan que paciente e camarada só abraçou Eric. Uma coisa meio Pedro e Napoleon Dynamite.

Até então eu só tava falando com os managers dos lugares que peço emprego e pessoal da igreja. Estou aqui nos USA e não falando "dude" o que seria equivalente a "véi" pra nós, que eu falo aí toda hora. Ainda não me sinto confortável com o "dude"mas é só imitar eles.

Quem que começou andar com a gente aí e não passou a falar "Só é, só vou, ah, essa certeza que só vai rolar né véi". Ou mesmo, "ah, essa parada é muito mor". Ou também tratar as coisas como isso é bem e isso é mal, "ah, tal parada é muito bem" "ah sinceramente achei aquela bandinha meio mal". Uns linguajares que eu vi surgir lá da Santa Terezinha, no grupo de amigos do meu tio. Tipo falar migué. Sinceramente, eu acompanhei isso se expandir, tinha um amigo Juninho no Dynâmico, ele começou a andar comigo e logo começou falar, "ah tal coisa é muito migué, bem, mal" porque eu falava. Aï passou pra muita gente lembro de ver nuns fotologs muito isolados a galera falando igual a gente. Língua dominante, a linguística explica.

Igual quando surge uma nova gíria. Primeira pessoa que eu vi falar "tenso" foi um cara chamado Egnon. Achei muito mal. No começo a gente tem preconceito, mas a palavra é essa, não adianta. Quando uma coisa é foda essa coisa é tensa, e agora nós falamos isso demais. Tá tenso. Tá meio tenso. Meio bem. Meio mal. O cara é mor mas é meio migué.

Ultimamente o Pagode que veio com umas gírias na nossa vida, agora não to conseguindo lembrar, morro de raiva quando isso acontece. No próximo post eu posto certeza, mas sei que no começo eu achava meio mal mas logo eu e Luimar já começamos a falar igual ele. Tipo umas abreviações das palavras assim, umas palavras ditas pela metade. Ah lembrei, nerva. Tal coisa é nerva, de nervoso, muito engraçado.

Isso faz sentido completamente. Estou querendo chegar que pra aprender é só tentar imitar eles, não me sinto à vontade ainda falando "dude" mas certeza que quando voltar pro Brasil se for dar umas aulas de inglês é pra esse "dude" que vão pagar pau.

Are you down Luam?
Hell yeah!

Are you down é literalmente "é parceiro?"

I'm gonna buy some beers, are you down? Vou comprar umas breja, é parceiro?

One of these days we should go fishing are you down? Um dia desses temos que pescar, é afim? Se encarna?

Muito legal estas coisas. Agora elas virão demais.
Now I'm down for some Motley Crue, hasta luego!

Superball - Steeler versus Cardinals

Tá. Ranguei uma beans & chesse burrito em Rubios com Clint e John e nos mandamos pra casa de uns camaradas da igreja (não mórmon) assistir o Superball. Superball significa quando é a final da liga americana de futebol americano. Cheguei lá mais comida, fui forçando. Achei uma cadeira meio que na frente da tv pra não incomodar ninguém e sentei disposto a assistir o jogo.

Todo mundo meio que torcendo pro Arizona Cardinals porque eles nunca ganharam um campeonato. Tinha uma galerinha lá, mas mais velhos, tipo em torno de 30 anos. Jogam jogos de tabuleiro, tomam cerveja sem álcool e chá gelado. Dão bastante risada.

Complicado do futebol americano, que me irrita é que a cada, sinceramente, 2 minutos vem comercial. Às vezes é sem noção, tipo volta do comercial pra um lancinho só de 10 segundos e volta pro comercial. É pra ser os melhores comerciais de todo o planeta, tem uns divertidos mesmo, engraçados mas sei lá, no Brasil é 45 minutos sem choro.
Eu até entendo, gosto, sou pró esporte forever mas por mais que seja acho futebol americano meio bobo às vezes. "Você tem que ver que os caras batem pra valer". Tá, tá bom.

Faço questão de assistir tudo, e é muito longo. 3 horas de jogo quase. No de ontem houve o maior touchdown na história dos superball. Foi incrível, o cara pegou na defesa antes do campo, tipo em -9 yards e correu o campo inteiro e fez o touchdown. 109 yards touchdown.
Esqueci de mencionar das super celebrações no começo. Um presidente da Nasa, melhores jogadores da década já aposentados, um palco, umas cantoras cantando pro estádio inteiro, uma parada mor dos Estados Unidos, a alegria deles. No intervalo do segundo pro terceiro mais um show e de volta ao jogo dê-lhe se empurrar. Sei lá, nada como botar com o pé uma bola na gaveta. Nada como uma boa pedalada. Nada como um bom por baixo das pernas. Falando nisso vou jogar bola aqui, o irmão do Eric joga meio que todo dia vou me enturmar...

Tá, sei que fiquei naquela poltrona nem fedendo nem cheirando. Na real, fedendo. Porque não sei o que me deu que fiquei peidandinho direto. Mas de leve. De leve.
Um super dog na house. Labrador eu acho, Max. Lindo, marrom, olhos amarelos. Fiquei pirando com aquele cachorro. Na verdade pirei em um cara morando numa casa sozinho com um cachorro e mantendo relações sexuais com ele. Tipo um filme, uma vida assim. Que o cara tem um trampo, tem um carro, tem uma casa e tem um cão que além de ser seu melhor amigo o satisfaz na vida sexual também e gosta. E gosta, hehe.

Uma meninha de 2 anos, uma gracinha demais falando inglês. Mas demais mesmo. Uma filhinha que eu queria ter muito. "Where is my nose?" E ela apontava pro nosso nariz. Ela tão pequena e o cachorro tal qual um equíno perto dela. Logo imaginei uma tribo de crianças super prodígias de 2 anos cavalgando cachorros labradores. Tipo uma comunidadezinha mesmo, só com crianças de 2 anos. Lavando roupa, construindo casas, pescando, nadando e desbravando a floresta em cima de cachorros.

Uma hora não deu pra segurar um pumzinho que foi meio mais fortinho eu já vi que recendeu tudo e acharam que foi o cachorro. Clint começou a fazer umas piadas "Something is really stinking around here" (Tem algo fedendo pra caralho mesmo). E começou a pegar no cachorro e falar, você não pode fazer isso seu feioso. Tem que pedir pra ir no banheiro! Tem que pedir licensa e fazer no banheiro entendeu, ahh meu garotão!

Voltei pra casa e fui na casa do Eric que será referente ao próximo capítulo do Cabra Show.

Bicycle Race

Uma coisa que estava ansioso desde o começo era sobre os amigos que faria aqui. Eu poderia escolher qualquer lugar dos USA pra ir e a pira da vida é que seja lá pra onde você for, vai se enganjar com alguém, trocar uma idéia ou mesmo andar de bicicleta juntos.

Fernando, menino que conheci no Sea World me mandou uma mensagem. "Hey buddy. Do you want to in to a free concert at balboa tomorrow at 12?" (quer ir num show no balboa park amanhã?) Liguei pra ele combinamos na verdade 16:30 e também contatei o Chris. Pensem que legal, eu no ônibus meio atrasado e os dois me ligando porque já estavam no lugar combinado que foi na fonte do Balboa Park.
Cheguei lá os dois um de cada lado do parque, introduzi-os um para o outro. Os dois de San Diego. Calculem. Já começaram a infernizar num papo de onde estudaram e tal. Dei umas voltas com o longboard do Fernando, demais de legal. Todo mundo no longboard aqui. California é muito longboard.

Demos umas voltas tava rolando uns telescópios apontando para a Lua. Entramos numa fila e vi a lua bem de perto mesmo, as crateras assim. Demos uma mini filosofada e saímos dar uma volta. Conversando sobre tudo, garotas, falei pra eles como é agradar uma garota no Brasil, que se ela estiver com alguma dor você tem que se demonstrar preocupadíssimo, ir buscar algum remédio, que não pode ficar muito bêbado perto dela e não a trocar muito pelos seus amigos. Eles concordaram que é assim em todo lugar.

Fomos numa loja de discos, pra infelicidade do meu tio Adrian Lincoln os vinis do Leonard Cohen, fui informado que são extremamente raros até mesmo aqui nos Estados Unidos. Embora tinha uns do Elliott Smith e Radiohead, porém novos. Um amor. 20 pila cada um. Moral até demais.

Resolvemos que seria a barca dar uma volta de vike então fomos pegar as bikes na casa do Chris que passará a ser minha nova residência a partir de hoje. Um apzinho na verdade pra lá de bem e lá ele me introduziu à Red Sonya, como é chamada a linda e magríssima magrela dele. Ele anda numa roxa assim mas as duas são demais. Ele me explicou que elas tem alma, são sexies e excitantes e temos que tratar com carinho.

Pegamos lá de cima University Ave, já era noite, 18pm. Muito além a magrela de fato. Daquelas bem fininhas e pneus bem fininhos também, com uma luzinha piscando infernalmente atrás e uma lanterninha na frente. Uma aceleração tremenda. Ficaram meio cabreros se eu ia dominar mas só dominei. Sempre quis uma bike daquela.

Fomos descendo os downhills legal demais, e o Fernando com o longboard atrás. Tava foggy (cerração) e meus óculos estavam fogging up (embaçando). Fiz bem te trazer o cachecol no pescoço então eu os enxugava. Não tava tão frio mas perfeito. Demos umas super banda, San Diego Zoo, por dentro de Balboa Park. A fonte novamente agora sob névoa e tudo muito lindo. Tava tendo um baile no Balboa Park mas nós só passando feito um risco. Descemos um super downhill e fomos parar no centro da cidade. Demos umas voltaradas no meio de carros, muita gente na rua, a cidade pulsando e aquelas bikes beldades e ao mesmo tempo veículos possantes. Nos despedimos de Fernando, legal a mãe dele liga pra ele às vezes. Um cara positivíssimo, nos motrou uma ponte que balança e dá medo.
"We totally have to do it again next week dude" (Nós só temos que fazer isso outra vez cara!)

Solamente eu e Chris agora, ele me intimou. Tá afim de andar de bike mesmo?
Só to, é claro!
Fomos até o harbor, não dava pra ver nada só o lindo barco Star of India que é um museu. Passamos novamente por Downtown e rumamos em direção ao aeroporto, uma região chamada Little Italy. Foi muito bonito e senti uma nostalgia boa com Chris mostrando os lugares legais pra mim e uma casa que ele morava. Dali daria pra ter uma visão do porto inteiro só que estava foggy, outro dia voltaremos pra tirar foto. Uma casa muito além, muito isolada definitivamente que ele morava.

Eu e Joãozinho desbravávamos a Vila Ferroviários nas antiga quando atrás do acássia não havia nada, somente o Calepiá. João me levava pra cima e pra baixo no cano de uma bike de 18 marchas. O cu muitas vezes doía mas de boa. Daí depois comprou uma light e eu peguei a de 18 e enfim. Não sei se chegamos a dar umas bandas de bike por Campos Novos a cidade que ele nasceu, mas essa coisa de um ir contando dos lugares pro outro é bem.
Talvez a maior distância que encabecei de bike foi com Dinho em Curitiba, fomos até da casa dele perto do parque Bariguí até o parque Tanguá. Mantínhamos uma distância longa um do outro e lembro dele comentando como era legal olhar pra trás e me ver vindinho descendo a ladeira.

Então Chris perguntou: "Então você quer voltar pra casa ou continuar pedalando?" Respondi: "Quero continuar pedalando". Fomos até a casa dos amigos deles, que agora estão muito meus amigos também, Eric and Even. Fica em El Cajon. Longinho. Chris disse que estou in shape. Em outras palavras, que aguento o baque. Eu só falava pra ele: "Só aguento véio, vou até o infinito".
Curtiu muito minha companhia porque disse que geralmente a galera desanda, não pode, fica cansadinho, que os americanos são preguiçosos e eu honrando a bravura e fôlego da indiarada aí embaixo. É nóis!

Chegamos lá e dormimos lá. No outro dia, que foi ontem domingo fui na missa com Clint e assisti o jogo do Superball que tratará-se do próximo capítulo aqui no Cabra Show. Mandei uma mensagem pra Chris: I miss Sonya so much I just can't stop thinking about her dude. I'm sorry, don't feel jealous.. see u later". (Eu estou com saudades da Sonya e não consigo parar de pensar nela véio, foi mal, desculpe-me, não fique com ciúmes.. te vejo depois".

Don't feel jealous Nise, Sonya is just a bike.