Cabrashow: a loucura documentada da vida. Pra quem gosta de ler!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Bicycle Race

Uma coisa que estava ansioso desde o começo era sobre os amigos que faria aqui. Eu poderia escolher qualquer lugar dos USA pra ir e a pira da vida é que seja lá pra onde você for, vai se enganjar com alguém, trocar uma idéia ou mesmo andar de bicicleta juntos.

Fernando, menino que conheci no Sea World me mandou uma mensagem. "Hey buddy. Do you want to in to a free concert at balboa tomorrow at 12?" (quer ir num show no balboa park amanhã?) Liguei pra ele combinamos na verdade 16:30 e também contatei o Chris. Pensem que legal, eu no ônibus meio atrasado e os dois me ligando porque já estavam no lugar combinado que foi na fonte do Balboa Park.
Cheguei lá os dois um de cada lado do parque, introduzi-os um para o outro. Os dois de San Diego. Calculem. Já começaram a infernizar num papo de onde estudaram e tal. Dei umas voltas com o longboard do Fernando, demais de legal. Todo mundo no longboard aqui. California é muito longboard.

Demos umas voltas tava rolando uns telescópios apontando para a Lua. Entramos numa fila e vi a lua bem de perto mesmo, as crateras assim. Demos uma mini filosofada e saímos dar uma volta. Conversando sobre tudo, garotas, falei pra eles como é agradar uma garota no Brasil, que se ela estiver com alguma dor você tem que se demonstrar preocupadíssimo, ir buscar algum remédio, que não pode ficar muito bêbado perto dela e não a trocar muito pelos seus amigos. Eles concordaram que é assim em todo lugar.

Fomos numa loja de discos, pra infelicidade do meu tio Adrian Lincoln os vinis do Leonard Cohen, fui informado que são extremamente raros até mesmo aqui nos Estados Unidos. Embora tinha uns do Elliott Smith e Radiohead, porém novos. Um amor. 20 pila cada um. Moral até demais.

Resolvemos que seria a barca dar uma volta de vike então fomos pegar as bikes na casa do Chris que passará a ser minha nova residência a partir de hoje. Um apzinho na verdade pra lá de bem e lá ele me introduziu à Red Sonya, como é chamada a linda e magríssima magrela dele. Ele anda numa roxa assim mas as duas são demais. Ele me explicou que elas tem alma, são sexies e excitantes e temos que tratar com carinho.

Pegamos lá de cima University Ave, já era noite, 18pm. Muito além a magrela de fato. Daquelas bem fininhas e pneus bem fininhos também, com uma luzinha piscando infernalmente atrás e uma lanterninha na frente. Uma aceleração tremenda. Ficaram meio cabreros se eu ia dominar mas só dominei. Sempre quis uma bike daquela.

Fomos descendo os downhills legal demais, e o Fernando com o longboard atrás. Tava foggy (cerração) e meus óculos estavam fogging up (embaçando). Fiz bem te trazer o cachecol no pescoço então eu os enxugava. Não tava tão frio mas perfeito. Demos umas super banda, San Diego Zoo, por dentro de Balboa Park. A fonte novamente agora sob névoa e tudo muito lindo. Tava tendo um baile no Balboa Park mas nós só passando feito um risco. Descemos um super downhill e fomos parar no centro da cidade. Demos umas voltaradas no meio de carros, muita gente na rua, a cidade pulsando e aquelas bikes beldades e ao mesmo tempo veículos possantes. Nos despedimos de Fernando, legal a mãe dele liga pra ele às vezes. Um cara positivíssimo, nos motrou uma ponte que balança e dá medo.
"We totally have to do it again next week dude" (Nós só temos que fazer isso outra vez cara!)

Solamente eu e Chris agora, ele me intimou. Tá afim de andar de bike mesmo?
Só to, é claro!
Fomos até o harbor, não dava pra ver nada só o lindo barco Star of India que é um museu. Passamos novamente por Downtown e rumamos em direção ao aeroporto, uma região chamada Little Italy. Foi muito bonito e senti uma nostalgia boa com Chris mostrando os lugares legais pra mim e uma casa que ele morava. Dali daria pra ter uma visão do porto inteiro só que estava foggy, outro dia voltaremos pra tirar foto. Uma casa muito além, muito isolada definitivamente que ele morava.

Eu e Joãozinho desbravávamos a Vila Ferroviários nas antiga quando atrás do acássia não havia nada, somente o Calepiá. João me levava pra cima e pra baixo no cano de uma bike de 18 marchas. O cu muitas vezes doía mas de boa. Daí depois comprou uma light e eu peguei a de 18 e enfim. Não sei se chegamos a dar umas bandas de bike por Campos Novos a cidade que ele nasceu, mas essa coisa de um ir contando dos lugares pro outro é bem.
Talvez a maior distância que encabecei de bike foi com Dinho em Curitiba, fomos até da casa dele perto do parque Bariguí até o parque Tanguá. Mantínhamos uma distância longa um do outro e lembro dele comentando como era legal olhar pra trás e me ver vindinho descendo a ladeira.

Então Chris perguntou: "Então você quer voltar pra casa ou continuar pedalando?" Respondi: "Quero continuar pedalando". Fomos até a casa dos amigos deles, que agora estão muito meus amigos também, Eric and Even. Fica em El Cajon. Longinho. Chris disse que estou in shape. Em outras palavras, que aguento o baque. Eu só falava pra ele: "Só aguento véio, vou até o infinito".
Curtiu muito minha companhia porque disse que geralmente a galera desanda, não pode, fica cansadinho, que os americanos são preguiçosos e eu honrando a bravura e fôlego da indiarada aí embaixo. É nóis!

Chegamos lá e dormimos lá. No outro dia, que foi ontem domingo fui na missa com Clint e assisti o jogo do Superball que tratará-se do próximo capítulo aqui no Cabra Show. Mandei uma mensagem pra Chris: I miss Sonya so much I just can't stop thinking about her dude. I'm sorry, don't feel jealous.. see u later". (Eu estou com saudades da Sonya e não consigo parar de pensar nela véio, foi mal, desculpe-me, não fique com ciúmes.. te vejo depois".

Don't feel jealous Nise, Sonya is just a bike.

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