Cabrashow: a loucura documentada da vida. Pra quem gosta de ler!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

O Eco da Pele

Da inquietude, algo de que todo artista, por excelência, sofre, é que surge a expressão corporal e sonora dos músicos Luimar Mendes, Luam Gabriel e Simone Magalhães que entre idas e vindas fazem um som que carrega tanto lirismo quanto afirmações acerca do social. Debruçados sobre a canção negra, musicam, misturam e chacoalham o que é, de verdade, brasileiro, numa fusão do popular e clássico, do sagrado e do profano, e da poesia e do protesto. É recente a parceria da curitibana Simone Magalhães com os dois músicos pontagrossenses, porém o eco que conseguem retirar da própria pele, é certo, se manterá para os dias.
Adrian Lincoln

Semana de Consciência Negra
Simone nos mandou 100 pila da produção do evento pra eu e Luimar irmos até Curitiba. O Sábado seria o grande dia, apresentação no teatro Guairinha. Catchemos o autobus, chegamos em casa de Dinho às 19:20 da Quinta-Feira mais ou menos. Turminha descoladíssima do yoga saindo da aula, todos indo pra palestra do Swami conseguimos uma carona até a casa de ex muié de Dinho onde íamos ficar. Deixamos nossas mochilas e seguimos rumo ao Guairinha pra encontrar Simone, a semana de consciência negra já tinha começado, a atração da noite eram uns cubanos.
Foi assustador, uma aparelhagem do cão, saxofones, trumpetes, um piano de cauda, um percussioniasta uruguaio careca deitando nos bongôs e chocalhos e carrilhões e sinos e o caralho!
Um baterista filho da puta com uma super bateria. E dá-lhe música cubana!
Essa foi a atração de quinta e nós seríamos a de sábado! Luimar olhou pra mim e disse "Cara, que medo, acho que a gente não tá tão ensaiado assim".
Medo mesmo, eles fizeram a platéia estremecer e nós com um pacote de bolacha na mão. Encontramos Simone e fomos num baréco chamado PARCERIA. Tomamos algumas cervejas, comentamos algo sobre o show e carpimos o gato. Passamos em frente de alguns lugares na esperança de mais algum fervo mas além de estarmos quebrados estávamos lesados demais.
Sexta-Feira
Empacotamos em house de Dinho, Simone ia colar lá na sexta pra acertarmos os últimos detalhes para o show, e assim aconteceu. Cozinhou-nos uma boa vina e fizemos um cachorro quente em larga escala. Fui buscar Nise que ia descer no Parque Bariguí enquanto Dinho partiu pra Faculdade Espírita onde ia tocar no concerto do Swami Swarveshwarananda.

Na sexta a noite ainda demos uma pernada até o guairinha mas chegamos atrasados para o evento, tomamos algumas no PARCERIA again e voltamos de apé desta vez eu Luimar e Nise.

The Day
Sábado. É chegado o grande dia. Acordamos já com o cu na mão mas já fizemos umas caipirinhas já começamos a relaxar e fazer o fervo.

Tem um cão muito louco lá, SHAMS, não sei se é assim que se escreve...

Aqui Luimar passando umas músicas pro Claudio:

Tomamos um super café e fomos no Bariguí emprestar uma caixa e um chimbau de uma aluninha de violão do Claudio.


eu, nise, luimar, ganesh
Passamos na casa de tio de Claudio e conseguimos uma carona até o Guaíra.

No caminho naquela do "Aborda, aborda, aborda" Luimar teve de abordar uma mina, mas foi Dinho que levou a melhor:


14º Andar

15:00 chegamos no Guaíra encontramos a Simone. "Daí galera". Fomos na casa do Evangivaldo, músico, instrumentista, gente boa pra caralho, amigo da Simone que ia emprestar a bateria pra nós e tocar algumas músicas no show também.

O prédio não ficava muito longe do teatro, era no 14º andar:

Essa foto a nise que tirou e eu achei bem bonita:
Lá havia um dog muito louco também:

Descemos com a batéra pelo elevador, os equipamentos também, foi meio empenho mas deu boa.
Chegando de volta no Guaíra Dinho à mil por hora como sempre levou um esporro do cara porque tava subindo nas escadas, Nise subiu junto disse que ele queria entrar num buraco, enfim, tavam muito loucos, é de se tolerar:

...

Desta vez Dinho na verdade, infernal a todo momento, aqui tal qual o menino maluquinho:

...

Até que começou a ficar estranho:

Até que dormiu:


Tinha um espelho muito louco lá:

A produção do evento foi super bacana com a gente, na passagem de som, nos emprestaram uns pratos, foram bem camaradas mesmo, passamos todas as músicas, afinamos bem, ensaiamos mais alguma coisa, deixamos tudo bem certinho, comemos um pão com patê no camarim.

luimar, binho, simone, cabrero
simone, luimar, rômulo (nosso roadie oficial) eu e binho

Partimos pra casa do Valdo dar uma respirada antes do show.

O show:

O combinado era que a Simone ia tocar algumas canções com o Evangivaldo e pedir pra platéia paciência porque tinha acontecido um imprevisto e os músicos da banda ainda estavam a caminho.

Foi muito engraçado eu e Luimar ouvindo isso do camarim, aí demos a volta na quadra e chegamos como quem não sabia de nada no meio do show e a platéia bateu palmas como num suspiro "Ah, enfim chegaram!".

Peguei as baquetas, Luimar pegou o baixo e descemos a lenha em Vou Voltar A Ser Mulher, Ando Meio Desligado, Chalana. Aí fomos nós dois pro violão e tocamos Seu Antônio e Se Eu Corro, foi bem legal que o Luimar cantou uma música nossa, uma grande oportunidade pra mostrar nosso som.

Aí tocamos Que Beleza do Tim Maia todo mundo cantou junto e bateu palma, todos davam muita risada com as piadas que a Simone largava entre as músicas.
No final do show alguns subiram ao palco nos parabenizar, isso foi bem legal, todos venerando a Simone, querendo saber onde ela estava. Ficamos bem nos sentindo essa hora.

Depois do show levamos todas as coisas pra casa do Valdo e ficamos curtindo uns sons lá.

luimar, valdo, ganesha, eu, nise, simone e rômulo

essa foto eu que tirei, claudio encapetado again

Aí descemos passamos no mercadorama compramos 2 caixinhas de cerveja e fomos pra casa de Binho bebemorar o sucesso do show.

Na domingueira agilizamos toda a casa, quero agradecer a Janete pela hospedagem, foi muito sussegado:

Fomos no Água Verde uma festa super hippie que tava tendo. Minha irmã tava lá acompanhando uma banda aqui de Ponta Grossa, Novos Garis. Aí ela sapateava em algumas músicas eu acho, só que chegamos atrasados e também não tínhamos 5 reais pra entrar.
Foi de boa, Dinho nos pagou um pastel porque morríamos de fome e carpimos pra terra natal novamente.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Insane Weekend



A tormenta:

Estava tudo pré acertado. Peguei o autobus às 9 da manhã, cheguei em Curita troquei uma idéia com o Akal Murth que me falou sobre sua viagem à Machu Pichu no Peru depois de 2 anos só pegando carona. Eu tinha uma Departure Orientation que precisava ir na Intercultural, quando voltei Dinho já chegou do trampo e já estávamos ansiosos porque estávamos indo pra praia.
Tio de Dinho foi colocar uma bobina nova que comprou pro Fusca funcionar, mas ade do fusca reagir. Me fizeram uma super gambiarra com uma extensão da bateria até essa bobina, e parafusaram bem até que meio que deu certo.
"Vocês são loucos" Diziam.
Dinho e eu fomos pra um bar jogar uma sinuca e esperar o resto da trupe que estava pra chegar.
Finalmente chegaram, Luimar, Nise, Cabortero. Fomos apresentados ao Swami Swarveshwarananda que veio da Índia.
Pra ligar o fusca todo mundo tinha que sair do carro e o Dinho ligava aquela extensão na bateria e saía umas faíscas, muito tenso.
Pegamos a estrada. Passamos no Habib's e pegamos literalmente 30 esfihas.
Daí passamos num posto pegamos uma cervejada e estouramos pra estrada. Uma neblina e chuvarada na serra, não se enxergava nada. Mas estávamos muito protegidinhos e só dava aquele PÉÉÉÉÉ do motorzão do fuque. Tomara que esse fusca aguente!
Tormenta, tormenta, tormenta de repente "É BAM". Estouramos na frente da casa.
"Ó galera, é aqui" Todos desacreditaram que tínhamos chegado na casa.


Na geladeira, um vinagre e um conhaque Velho Barreiro:



6 quadras do mar.

6 quadras do mar. Chegamos e molhamos-nos até o joelho e saudamos o deus oceano. E viajamos. "Imagine os homens ancestrais de uma tribo que por anos viveram enclausurados no meio do mato e um belo dia desbravando a região se deparam com um lugar que tem muita, mas muita água - ó, ali tem muita água".

No outro dia eu acordei bem cedo e comprei uma maionese, 15 pães, queijo, mortadela, patê e um refrigerante. Nise não queria acordar mas acordou. Um sol já escaldante. Mandamos esse café da manhã, untamos-nos de protetor e vamos a la playa! Here there's two videos:



Bodyboardiamos bastante, cervejinha na praia, água de coco na praia, churros na praia, jacaré na praia, futebinha esperto na praia (Cabortero e Cabrero x Dinho e Luimar) ficamos até umas 14:00 se alucinando com o mar, confira esse vídeo da lutinha, so much fun:



Essa foto foi eu que tirei:
luimar, lincoln, ganesh, nise e eu

Hora do almoço:

Era pra gente comer só um x-salada cada um, daí sentamos em frente à um boteco e saiu um cara muito bêbado atender a gente. Ordenamos duas cervejas, mensagem que ele captou depois de muito custo. Fomos entender o que estava acontecendo quando uma mina de uns 17 anos um pouco mais lúcida, porém não sóbria, começou a falar coisa com coisa. Um bar muito louco. Sentamos tipo do outro lado da rua e eles cozinharam um arroz e serviram uma costela pra gente. Disseram que nunca tinham feito aquilo, comida pros clientes.
Fomos pedindo de duas em duas cervejas e nos nossos cálculos já tinham ido 10. Veio mais um pedaço de costela e mais arroz. Tinha farofa e salada. A galera pouco larada se acabou.
Ora ou outra o cara bêbado dono do bar vinha falar com a gente mas não entendíamos nada do que ele falava. A mina lá dentro do bar tomando um whiskey e jogando sinuca com um cara de repente caíram no chão do nada. Não estávamos entendendo.

Sei que cobraram 6 cervejas e 5cão por cabeça pelo rango. E foi um rango muito arregado.
Voltamos e não pudemos mais, era umas 16:00 quando demos essa pequena lesada. Eu e Nise apagamos pra valer, foi 18:00 que Dinho bateu na porta, galera ressaquiada cedo já. Caborteiro falando de pessoas consideradorzinhas e caretiadorazinhas. "Imagine o caretiadorzinho agora só, noss que tesão mesmo, tesão de fusca" E assim incessantemente espontaneamente considerando algo. O consideradorzinho. "Orra, tesão de peita em, agora sim caretiei, caralho mesmo".


Na verdade Lincoln eternamente atentado fazendo todos nos sentirmos mais vivos e felizes:


Voltamos pro mar no pôr do sol. Ainda deu pra dar uma nadada. Uma curtida. Uma purificada. Uma limpada. Uma despreguiçada. Água fresquinha.


Voltamos, comemos mais uns pães, tomamos um banhão e ficamos todos muito arrumadinhos. De tênis, cabelo penteado, só sentindo a brisa, fomos pra noite.
Nise foi de açaí na tigela, Cabor e Dinho foram de ice-cream. Eu e Luimar fomos de breja.
Pegamos um KAPETA que foi do capeta mesmo. Passeamos um pouco por Matinhos, fomos numa pedra muito além, refletimos um monte.
Tomamos mais umas cervejas num baréco, fomos até uma outra praia, beautiful landscapes, desandamos cedo.



Em uma conversa por msn Cabortero que teve nessa seu primeiro encontro com o mar:

Adrian says:
O mar é grande
Adrian says:
A água gigante
Adrian says:
O mar nunca pára
Adrian says:
não dorme
Adrian says:
fica lá, acordado
Adrian says:
inundado de movimento
Adrian says:
movimenta mas não vai embora
Adrian says:
é bom por isso
Adrian says:
fica ali
Adrian says:
sendo
Adrian says:
pra nós ou pra ninguém

O adeus ao beetle:

Acordamos 9 horas da manhã, demos uma geral na casa e carpimos no domingo cedo, Luimar tinha vestibular da UFPR. Foi na serra que começou um barulho sinistro no motor. Dinho achou melhor parar. Óleo. Voltamos 10km pra agonia de Luimar e completamos o óleo num posto.
Tocamos e o fusca foi ficando devagar, devagar, e mais devagar... e cada vez mais devagar, estávamos muito devagar, quase parando, paramos no meio de uma subida. Colocamos o triângulo na pista, tava perigoso. Dinho trocou uma idéia com o motor do fusca, parecia que ele ia colaborar. Nos enganou o danado do fusquinha, o barulho tornou a nos assombrar, tínhamos 1 hora pra chegar a tempo do vestiba, 40 km pela frente. Cheiro de queimado, 30 por hora, um barulho tenso, resolvemos forçar e subitamente "BAM". O motor foi pra fita total. Fomos pra um refúgio e enfiamos o polegar no cu. Luimar enfiou os dois.

...

...

...


De repente chegou o caminhão da rodonorte, içou o fusquinha e nos levou até um posto. "Biela, a biela estourou pra cima". "Perda total do motor, tem que trocar o bloco." Pagamos o pedágio, pegamos o ônibus e já ficamos na rodoviária. Fizemos umas considerações finais com Dinho.
Todos voltaram são e salvos, só o fusca que não sobreviveu, pobre fusca, deve estar lá no posto uma hora dessas.
Chegando em PG eu e Luimar erguemos 30 reais e fomos no show do Ratos de Porão e liberamos nossa revolta no mosh. "O FMI não está nem aí" Luimar morreu com 70 pila do vestiba mas enfim... Consolamos-nos com o que diz Saramago:

"Sempre se chega aonde se tem de chegar"