Cabrashow: a loucura documentada da vida. Pra quem gosta de ler!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Palm Springs

Muito legal. Daí Julian tem um super carro, Subaru acho. Vai muito rápido. Bem legal. Daí Julian, o Iron Man, passou no meu trampo, comeu uma sopa do meu trampo e saímos curtir ali por Ocean Beach. Tava tendo Farmer's Market, uma banda tocando na rua, pessoal "chilling", eis que Julian me solta: tá afim de ir pra Palm Springs? E eu na lata respondo: "I'm down".

Esse ônibus estava em Palm Springs, tem uma expressão que usam aqui pra tirar o cara pra retardado: you ride the short bus!

Essa ponte por sua vez já foi voltando de Palm Springs, se for a mesma Chris falou que é a Rainbow Brigge. Meio que deserta, não passa muito carro. Ele e os amigos dele levavam uma cervejada e faziam festa bem no meio dessa ponte de noite, calculem.

Partimos. 1 hora pro Norte, 1 hora pro Este. Tudo escuro, tinha uma estrela mas Julian disse, aquela luz é o farol no topo da montanha. Replico, "não boto fé que tem uma montanha aqui". Entramos, simplesmente uma casinha ultra barca. Só os pais dele moram lá, os filhos tudo se dispersaram, a irmã de Julian tá no Arizona, tem mais uns irmãos perdidos por aí.

Mas voltando, uma casinha muito barca por demais. Uma super cozinha perfect, uma super geladeira forrada de coisa, mas forrada pra valer. Tipo 3 vezes mais do que a geladeira de cada um de vocês leitores do Cabra Show. Eu me pergunto porque vocês se dispersam dos teus pais se tem uma casa tão além assim. Contei pra ele que no Brasil a galera faz bastante filho pra eles trabalharem e ajudarem na horta e no sustento da casa.
Laramos, troquei uma boa idéia com a mãe dele sobre tudo que me aconteceu aqui, ela ficou impressionada. Eles nasceram no México mas só ensinaram Julian inglês. Mas ele sabe bastante espanhol por gostar do idioma. Comi um pãozinho com um frango e suco de uva. Eu me senti muito amigo de escola do Julian, o Iron Man, que tipo, me convidou pra ir na casa dele depois da aula. Aí Julian trocou de carro, pegou um super carro que andava na High School, azulzão tipo cadilac asim, infernal, demos uma volta pelo centro da cidade, me mostrou aonde paquerava as meninas:

Aí fomos dormir, na verdade foi uma ida sem noção, só ir, dormir e voltar. Porém, muito bem do mesmo jeito. Um quartinho muito perfeito, uma cama muito sussegada, dois andares a casa assim, não canso de me dizer que tudo muito confortável e perfeito na baia dos americano. Aí acordei de manhã cedo, fui até a sacada e BAM! Uma super, mas super montanha na esquina. Era tudo que eu queria ver. Claro que não é tipo Imalaia ou Andes. Mas maior do que os morros de Santa Catarina talvez. Bom na verdade não sei. Mas estas tinham neve no pico, dá pra ver pelas fotos:

Roupa que fui trampar.

Eu em Palm Springs.

California é no deserto. Quando voei de Dallas pra cá deu pra ver o gigantesco deserto que é o estado do Arizona e New Mexico e não para quando chega na California. Estive também lendo sobre dificuldades de se estabelecer aqui quando chegaram os primeiros espanhóis em 1800. Aqui não há árvore nativa. Chris às vezes me mostra, perto do Balboa Park tem umas áreas de vegetação nativa que são uns arbustos e uns cactos.

Também no Verão é um absurdo de calor eles dizem. Aqui em San Diego estive fazendo a conversão, o termômetro estoura nos 40 graus célcius facilmente. O que torna as maravilhosas praias daqui um paraíso. La Jolla, Pacific Beach, Ocean Beach, fico imaginando no Verão. Porque agora não dá pra se imaginar pulando na água, o Pacífico está muito frio. Embora eu tenha que fazer esse feito antes de ir embora, na verdade, quiçá vou tentar aprender a surfar um pouco pra californiar de vez.

Me falaram que aqui no Verão é o paraíso, mulheres maravilhosas andando quase peladas por toda parte, a temperatura do oceano é agradável, ondas na medida pra quem surfa e eles tem a melhor cannabis do mundo. Chronic, skunk, home-griz, como quiser chamar a que circula aqui é tida como a melhor do mundo ao lado de Amsterdam e Hawaii. E muita gente fuma maconha. Grande parte da população seria engraçado dizer.

Aqui existe algo chamado Medical Marijuana e os anúncios estão nas revistas. Você vai no médico, prova que tem medo, ansiedade, depressão, esquizofrenia, espasmos, enfim, é uma série de disfunções para as quais a Medical Marijuana é indicada. Embora, na verdade, o que acontece é que ninguém tem doença nenhuma mas os doutores são meio que forçados a indicar a erva. Aí o indivíduo passa a ter um cartão da Medical Marijuana, tem o direito de cultivar até 6 plantas em casa e ordenar maconha através de um site delivery na internet com diversos tipos, um cara de carro trás em casa.

O que eles dizem da California é que não há melhor lugar pra ficar somente "chilling". Termo tão usado aqui que poderia ser traduzido como sussegando, sussegado talvez. Assim como nas raves a parte de lesar, dar uma descançada é a Chill Out area. Eles falam aqui à todo momento, por exemplo: E daí, qual é a boa? "Nothing much, just chilling". Chilling, I'm chilling.

Se San Diego é quente, imagine Palm Springs. É inabitável. 120º fahrenheit. O que seria quase 48º Celsius. Calculem. É no deserto mesmo, de verdade. Mas não é de areia, tipo Sahara. É o deserto americano, tipo Ride the Snake do Jim Morrinson. Só pra calcular, quando bate 32ºC em Ponta Grossa eu detesto, talvez porque é húmido também e isso só piora, mas suando e pegando o ônibus naquele calor infernal. 32ºC já costumamos falar: puta que calor do agreste, tá parecendo um inferno! Ok. San Diego deve chegar nos 40ºC me corrijam se me engano mas é isso aí ou pra mais. Não se fica de camiseta, sua-se o dia inteiro mas ainda que tem as praias e a cidade deve ficar linda, como quero vir pra San Diego num verão ainda um dia!

Mas agora, meu amigo, Palm Springs se você sacar no Google Maps já é deserto de verdade. Inclusive estava Julian a me contar sobre histórias muito interessantes do deserto. Não se pode dirigir no deserto, isso é uma lei meio recente mas o pessoal dirige e não tá nem aí. Tal qual levar uma mina pra dar uns pegas no Centro de Eventos, ou numa área mais isolada, o lugar pra dar uns pegas aqui é o deserto. Também pra usar drogas. Julian contou que a galera entra com o carro pra dentro do deserto pra se drogar e também que tem muita plantação de cocaína e narcotráfico forte rolando sempre. Tem que cuidar pra não se perder, o pessoal entra pra dar uns cavalinhos de pau e foi o que a gente fez. Foi divertido, mas é meio assustador. Tudo sob controle, o Iron Man sabia o que estava fazendo.

Viveu a infância inteira em Palm Springs, não dá pra acreditar. Me contou que um dia tava andando de bike no deserto com uma galera e no embalo ao atravessar um trilho de trem, sacou que o trem estava vindo, freiou, voltou pra trás mas mesmo assim foi atingido na roda da frente. Diz que voou e a bike ficou completamente fodida. Diz que foi muito louco.

Quando devaneio, retomando: o vídeo do começo do post foi logo tipo uns 10 minutos depois dessa foto. Daí uns 10 minutos depois do vídeo capturei essa boa do Iron Man abastecendo num posto de Palm Springs:


Aí uns 10 minutos depois dessa foto do posto fizemos esse vídeo na estrada tava tocando Creedence, muito engraçado o Iron Man falando umas coisas em português, ele trampa com um brasileiro e aprendeu algumas coisas mas eu ando incrementando mais o seu vocabulário. O repertório de Julian é esse: Porra, tomar no cu porra, pau na tua boca, filho da puta, caralho, vocês são tudo filho da puta, seus gozado, caralho, porra, vai tomar no cu. É indescritivelmente engraçado ele falando isso e mandando todo mundo pr'aquele lugar.




Aí a foto que se segue é de um cassino mor em Palm Springs. Quando viemos de noite tinham umas luzes muito legais no topo. Algo que nunca vi. O interessante é que esse cassino só funciona porque está sobre terra indígena e os americanos não podem fazer nada. Sei que a americanaida vem em massa aqui. "Gambling". (Apostar dinheiro).

Aqui uma foto boa que eu tirei.

Julian, o Iron Man me lembra muito do Amauri muitas vezes. Demais, explicando as coisas. E uma pegada de México também. Mas mais falando treshera assim.


Aqui você pode ver os WindMills, lindos, belos, enormes, vários. Tiram energia do vento. Felizmente estive com a câmera de Julian nessa viagem e pude compartilhar com a galera aqui.

Desde que conheci uma câmera digital boa pela primeira vez, nesse caso foi a do Marcinho me mostrando um vídeo do quartel. Eu penso que vídeos são o que há. Vídeos espontâneos. Vídeos mostrando as pessoas falando. Pessoas conversando. Será com prazer que rechearei essa porra desse blog com vídeos.

Lembro que quando João veio pra San Francisco me mandou um vídeo somente dele andando de bicicleta numa rua americana e foi o suficiente pra mim ficar abismado. Legal que a galera daqui, Eric, Julian me perguntam sobre o blog: "Dae, já postou no blog?". Gostam que eu traduza os trechos pra eles, arriscam dar uma lida não entendem muita coisa mas adoram meu blog. E eu falo pra eles que já são celebridades e que quando forem pro Brasil lhes arranjarei algumas brasileiras amigas minhas. Enfim, é o Cabra Show. Aproveitem mais esse último vídeo de Palm Springs:

Um comentário:

Verena disse...

haha, realmente "chilling" é mto comum na boca dos norte americanos. Não esquecendo, é lógico, do "what's uuup???"lol..mto bom seu blog Luamm!Suas hitórias documentadas estão ótimas, as descrições dos lugares, pessoas e,não por menos, o conhecimento e a cultura passada através de suas palavras sinceras. Parabénss!!Take care, boy!Kisses!
Verena