Cabrashow: a loucura documentada da vida. Pra quem gosta de ler!

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Landscapes and Wave House

Outro dia ia visitar o Vini no Belmont Park peguei o ônibus errado e resolvi voltar a pé por Mission Bay. Era 16:30, pôr do sol aqui. Por muitos o mais bonito existente.

Primeiro milhares de lanchas e barcos na baía assim, luxuosos estacionados. De certo que é só por a família à bordo, dar a partida e desbravar essa aguarada que tem aqui por volta.
Um hotel de frente pra aquela beleza estonteante, uma super piscina, criancinhas brincando, um pai, um charuto, um jornal, tocando Guitar Man do Bread. Quase chorei.

Isso é complicado aqui, uma grande parte da população parece estar se dando muito bem. Tendo em vista os carros, não há carro feio.
Guitar Man será uma das que vou tentar no centro um próximo dia, não sei se contei que tentei tocar de novo e não fui nada bem sucedido.
Na verdade porque um bêbado ficou do meu lado e queria tocar umas vezes uma hora. O cara era gente boa, super chapéu, super panca texana, mas na verdade, de Missouri, acho que é assim que se escreve. O mesmo cara que outrora me espantou porque eu estava tocando em seu spot. Tava wasted com uma garrafinha de vodka, não botei fé que ele tem talento. Mas tratei com a maior consideração.

Executando músicas da minha autoria que pra mim são do caralho. Paca Tatu, poema musicado de Almir Correia é uma pancada. Pira Piroca, sinfonia dos animais, canto bem, afinado, no metrônomo, com sentimento, emoção, não sei se é o português ou se me faltou sorte. Ei de tentar mais alguma vez um dia, Guitar Man será uma que vai entrar no repertório, vou pra uma coisa mais rock'n roll, I will survive, uns The Doors, pensei em tocar Landslide, outro dia ouvi numa loja, tão bonitinha. Lembro que tio Lincoln me ensinou na versão que o Billy Corgan adaptou.
Luimar definitivamente deitaria aqui, só no Beatles aposto que já ergueria meu aluguel aqui o filho da puta.

Retomando, de Mission Bay, voltando pro Belmont Park, passei sobre uma ponte que deu pra refletir a vida inteira. Tava um super reflexo do sol na água formando milhões de faíscas, uma super baía, a ponte era meio alta, lembrei daquela de Valadares, não sei se alguém já se atrevei a dar um pontaço. Lanchas passando, de um lado baía e cidade, do outro, baía e mar. Mas mais baía, baías naturais, muita baía. Muita água. Pensei muito, parava em cada passinho para dar uma contemplada, de repente, ops, um golfinho. Simples! Me assustei um pouco. Enfim, aqui é muito pra viver. Não sei se estava preparado, ou merecia ver tanta beleza natural assim. Aliás, fico pensando muito no que poderia, ou deveria, ou seria melhor estar fazendo. Ora um princípio de arrependimento, se eu tivesse ido por Job Fair, com emprego garantido já estaria fazendo algum dinheiro.

Cheguei no Belmont, no estacionamento vários ônibus de excursão. Tipo, excursão Ponta Grossa - Beto Carrero mas aqui Illonis - Belmont Park. Não nada mor assim. Tem uma montanha russa de madeira considerável que parece ser legal, uns carrinhos de bate-bate, tem bastante brinquedo na verdade numa área não tão ampla.
Vini toma conta de um daqueles que joga bolinha e acerta os palhaços. 5 dólares 10 bolinhas. E o outro, dois coqueiros altos que paga 5 pila pra escalar.
Arremessei umas bolinhas na faixa. E escalei o coqueiro duas vezes. Em uma, subi em 15 segundos, "like a little monkey from amazon!". O record é 6 segundos, unbelieavable.

Vini me deu umas moedas pros fliperamas, fui duas vezes num de basquete bem legal. Tinha que arremessar mesmo, destes que tem no shopping.

Wave House

Aí virando a esquina a pira mor. Pira mor.
Wave house. Uma das paradas mais loucas que já vi na minha vida.
Um simulador de onda assim. Deve ter vídeos no youtube. Muito louco, os surfistas formam uma fila e vai um por um, se jogam e ficam surfando, dando uns aéreos numa só onda bem forte assim. Forma assim tipo um tubo e uns mais bons assim mandavam uns aéreos bem altos e um até mandou um backflip. Daí tem umas cadeiras pra raça ficar assistindo e dando risada deles caindo. Uns drinks, bem clima balada, festa vip assim.
Uma saída que dá direto pro mar. Peguei um pôr do sol vermelhíssimo e triste nessa hora.
Acho que Cabra Show se transformará em um blog de poesias se continuar assim, ainda mais essa época de final de ano, amanhã é a virada de 2008 pra 2009. Ficar pensando que todo mundo no mundo tá nessa função, viajando pra casa de parentes, de amigos, preparando festas, viajando, ficando sozinho, pensando em alguém, seja lá o que for.

Melancholy, Infinite Sadness for everyone who's into cabrashow.
See yoU!

Big Bay Balloon Parade


Quando comprei meu celular, era meu primeiro dia aqui e estava assustado pois era 5 da tarde e já estava quase noite. O cara da loja me falou que San Diego é sol forever, sunshine everyday. Todos os dias escaldantinhos. E foi pra surpresa de todos os americanos também, parece que dá pra contar nos dedos todas as vezes que choveu aqui em 5 anos, mas desde que eu cheguei aqui já choveu umas 5 vezes de cair o céu. E também estão dizendo que tá sendo o inverno mais frio em uns 15 anos, nada tão frio, por exemplo agora é 9 da manhã e o sol já está estourando. Anda fazendo frio a noite mas diz que isso é só mais umas semanas daqui a pouco já vira sol forever and ever.

Sou meio friorento e a raça paga um pau poque San Diego na verdade é a única cidade quentinha dos Estados Unidos, no verão isso aqui é um deserto que na verdade vira um paraíso com todas estas praias ao redor. Não consegui imaginar ainda, tirando os surfistas ninguém se arrisca a se banhar no oceano, a água é muito fria, mas diz que aqui no verão meu amigo. Bikinis, bikinis, bikinis. Aqui é o lugar perfeito pra se morar a vida inteira, quero muito ainda e fica a dica pra todo mundo, San Diego no verão. Vou pegar um pouco desse calorzinho em Abril nem tanto, um tchibum nesse marzão vou ter que dar. Tem três pranchas de surf aqui também o certo era eu tentar alguma coisa.

Bem amigos do Cabra Show, Balloon Parade. Peguei o 30 parei na Broadway, caminhei umas 5 quadras até o porto e BAM. Galerame total. Tipo desfile de 15 de Setembro aí em Ponta Grossa, só que mais compacto e melhorado. Americanada pegando fogo.
Zoológico, Sea World, Chargers, Rugbi, várias companhias com suas fantasias, às vezes banda e claro, seus balões, enormes, gigantes. Não balões desses que carregam pessoas, só uns bichões e umas 10 pessoas embaixo mantendo eles no meio da pista por uma corda. Brasileiros, japoneses. Pepsi Max de graça: "Free Pepsi Max, do you want some to put in your bag? i don't care if you take 2, 4 or ten". Uns freezer, pela segunda vez cruzo com a galera dando Pepsi na faixa, eles falam pra pegar quantas quiser, incentivam a encher a mochila. Mas acho que de encher a mochila mesmo só eu fiz isso. Tenho 20 pepsis na geladeira.

Criançada muito legal. Americanda se reproduzindo aqui. Cada criancinha, mais loirinha que não sei o que. Chorando, brincando, falandinho inglês assim, dá vontade de pegar no colo.
Cheguei meio no final do desfile, digamos assim. Aí a massa se misturou toda, mais de 100.000 pessoas. As bandas das High School começaram a fazer tipo uma batalha. Aí tocavam e as meninas dançavam. Uma fazia umas coreografias assim, daí tocaram Funky Town, nessa hora eu curti.
No schedule do evento estava marcado uma batalha de barcos pra 11:15. Eu fui até o fim do Pier e fiquei com uma visão muito privilegidada. Filei um careto de um guardinha e fiquei patrão total assistindo dois barcos tipo de 1500, simularem um duelo. Os tiros dos canhões explodiam muito alto, reverberavam por entre os prédios do centro de San Diego. É BAM!

Tenho que contar isso pro Pipe na real. Pra quem conhece nomes de jogos como Civilizations, Age of Empires, New Horizons e Pirates, pra quem é Sid Meyer's ou tem paixão por navegação, barcos, cruisiers, porta aviões, battleships, grandes navegações, ilhas, velas, âncoras. Aqui é incrível. Primeiro o tamanho dos navios cruzeiros no porto. Sinceramente, uns Titanic, é cabuloso de ver. Aí tem 5 barcos que são museus, o mais famoso é o India Star. Até o final da minha estadia vou pagar e entrar, daí tiro umas fotos.
Aí tem esse super cruiser, muito extenso, com heliporto, uns 5 jatos em cima, que patentearam e é um big museu também. Não sei quanto paga, mas dá pra andar pelos decks, conhecer as engrenagens e etc.
Aí tem também as Bay Tour. Por 20 pila tu dá uma volta num barco por toda a baía de San Diego, Coronado, isso deve ser maravilhoso também, não quero deixar de fazer.

A grande coisa que ei de fazer, ouvi dizer que em Tijuana é mais barato. Whale watching, nas ilhas Coronado. Observação de baleias. Isso deve ser irado, como dizem.

Enfim, aí os barcos ficaram na baía, meio que batalhando. Achei sinceramente que um barco ia pegar fogo, afundar. Mas foi legal ver os marinheirinhos subindo aqueles mastros e tudo mais.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Elder Cabra

JD passou aqui em casa. Nunca fiquei tão bonito. Tomei um banho, camisa social branca, ele me emprestou uma gravata e um super sapato, disse que era parte do uniforme na marinha. Me senti meio Leonardo Di Caprio em Catch me if You Can mas não, não estava em nenhuma barca do tipo Frank Abagnale. Encabecei um domingo na igreja mórmon.
Fui apresentado a várias pessoas, muitos já tinham feito missão aqui no Brasil. Quando Luimar disse que é legal quando o chamam pelo nome eu tive motivos demais, a todo momento, ou melhor, pra todos JD dizia "So, this is Luam, he his from Brazil". E eu com a maior moral do mundo tentando representar a educação e carisma que trouxe da minha terra. Perguntam como eu sei falar em inglês, eu falo "video games, hollywood".

Várias idéias legais, no meio da igreja um super ginásio de basquete. Tava ansioso pra jogar mas agora galera tá meio que clima de holidays. Isso tá bem triste aqui, tá muito Natal esqueceram de mim, e filminhos e cultura americana de Natal. Uma velhinha acabada no centro dizendo "Merry Christmas" quase me mata do coração. Afinal, a música que eu compus diz:

Pro natal não quero nada
E o próximo ano eu sei vai ser tudo igual
Prosperidade conversa fiada
O menino Jesus já morreu na cruz

Não gosto de natal nem do ano novo
Pra mim não havia nenhum dos dois
Não consigo ser feliz, não consigo ser falso
Muito pelo contrário fico até mais triste

No reveillon pode ter certeza, vou estar tomando no cu

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Ok, o que eu queria dizer que aqui tá muito Merry Christmas e exatamente o que a gente vê nos filmes e tenta copiar aí. Só falta nevar. Ainda bem que não neva aqui em San Diego, acho que eu não suportaria.
Missa.
Um órgão com pipes enormes e as canções. Ó, as canções. Little town of Betlehein, Hosana, todas muito absolutistas, tipo modais, feudais, meio tristes mas legais e todo mundo extremamente afinado. As mulheres fazendo um super agudo. O inglês é o mais legal. Uma missa em inglês!
Na hora dos recados subiu um cara super descontraído falando sobre uma festa de New's Eve (reveillon) no Balboa Park, disse que todo mundo estará lá até o Pedro do Napoleon Dynamite, aham ele disse isso! Balboa Park é onde tem o zoológico aqui que é um dos mais famosos do mundo, eles preservam uns pandas e tem uma área meio afastada que simula os habitats de animais em extinção, tipo tem todos os animais do planeta, diz que até um dinossaurinho. Não dei uma boa banda nesse Balboa, não sei qual edição do Tony Hawk pro Play 2 que a piazada joga aqui que tem San Diego e a pista é no Balboa Park. Fiquei de cara com isso. A gente sempre pirava, imagine um GTA em Ponta Grossa!

Fomos pra uma outra salinha, catequezinha em inglês. Holy ghost, heavenly god, faith, ladainha de sempre. Não gosto de religião. Mas essa era em inglês, um pouco menos mal.
Conheci muitas pessoas bem legais mesmo. Uma hora homens e mulheres se separaram. Me apresentei, fiquei de pé e disse: "Hello everybody, I'm Luam, I'm from Brazil, nice to meet you all!" Na moral demais mas quando na verdade devia ter dito: "Hi, I'm Luam and I'm looking for a job, any kind of job, if anyone could help me please let me know". (Oi, estou procurando por emprego, qualquer coisa, se alguém puder me ajudar me avise".
Porque falaram muito sobre ajudar pessoas, que se sentiram bem uma vez que fizeram uma doação, que tiveram uma experiência incrível quando ajudaram uns homeless (sem teto) na rua. Que precisamos ser isso e ser assado.

Qualidades que eu, sinceramente acho que tenho. Sou o que mais compartilha o último pedaço assim com Jesus fazia. Amo todas as pessoas. One love, one heart, não é assim aquele som do Bob Marley? Imagine all the people, John Lennon. Pois então... sou o mais Rage Agains the Machine, em favor dos oprimidos. Sou o mais humilde e não estou a procura da vida eterna, do julgamento final. Só sei que nada sei.
Enfim,


Na Terça vou conhecer esse super templo em La Jolla. Lê-se La Róia. Um cara chamado Kelly vai vir me pegar, muito gente boa, já esteve nas Cataratas do Iguaçú, também em Curitiba.
Um abraço a todos que acompanham o Cabra Show que através de bytes e palavras dão um toque de mágica, ironia e poesia na vida mundana de apenas um rapaz latino americano que está devendo pro banco.

Sinfonia dos Animais live in San Diego

I'm running out of money. Arrisquei tocar no centro estes dias. Achei que a receptividade seria melhor. Na verdade faltou uma percussão, ou sei lá.
Jaquetinha militar com o brasão do brasi, cachecol verde, broche com uma estrelinha vermelha e a cara pra bater. Peguei o bus com aquele violão sem capa, Crash na super camaradagem me emprestou aqui. É um violão bem bom Yamaha.
Fui no lugar que tinha visto aqueles dois fellas tocarem.
Vocês não sabem o que é parar, deixar o violão encostado, tirar a cuia da mochila, colocar na tua frente, tirar 1 pila e umas moedas da carteira, jogar ali, empunhalar o violão, galera passando e estourar uma música. Esse processo é tenso. Dá pra cantar qualquer coisa, até uma música forever porque é difícil alguém realmente parar. Eu vi que música em português funciona, espero que dê mais certo porque vou tentar mais vezes mas nessa hora tinha um cara na esquina e ele tava com um amplificador e meio que tava ofuscando o meu som.
Comecei tocar Cadê minha certidão, bem alto, bem gostoso assim não deu outra, um brasileiro "isso aí cara, pode crê!". Gostou muito da minha atitude de certo.
Cantei Sinfonia dos animais, eu acho que tenho que dançar mais, não sei, sei que chegou esse cara muito louco e pediu pra mim cuidar das malas. Trocou uma idéia, considerou, os mais loucos sempre param. Não sei se queima a cara da gente um louco do lado mas o legal é que eles falam que a gente não pode parar de tocar. Resolvi tentar outro lugar, incrível como a galera considera um músico, os pedcabs dão carona de graça, muito divertido andar num táxi bicicleta pelo centro.

Num lugar não distante de onde eu estava assim que comecei a cantar um cara de chapéu me abordou dizendo que tocava ali fazia anos mastava sem a guitarra dele e que eu tava quebrando as pernas dele porque todo mundo conhecia ele ali e aquele era o spot dele. "Here is my spot dude". (Aqui é meu local). Logo ele percebeu que eu era humilde e bem gente boa e me deu umas sugestões de lugares. Disse que veio de Missouri, não sei como escreve, chapéuzão, disse que tinha barbona e cabelão e as pessoas começaram a dizer que ele se achava o Willie Nelson. Muito engraçado, percebi que ele não estava bêbado mas tinha um jeitão muito louco.

Pensei em ir na frente do shopping onde eu primeiro vi alguém tocando mas acho que não pode tocar lá, segui o conselho do cara e fui entre a Fourth and G. Nesse spot que os músicos meio que tocam e acho que será aí que sempre vou tocar. Só não sei se é bom de tarde ou de noite, ou se tem um outro lugar mais sacado. Sei que fiz o processo e encabecei uma cantoria de novo.
Sou acostumado a tocar com gente quieta ouvindo a música da introdução ao gran finale e quando não tem ninguém passando é estranho perceber que está sozinho, mas então. Fiquei mais meio que forever Sinfonia dos Animais, deitandinho assim. Forévinho por tipo 40 minutos. Ganhei umas moedas de um cara, um docinho bem gostoso de uma menina simpática e 5 dólares de um negrão muito gente boa. Ele não sabe o quanto aquele 5 pila dele me foi útil.

Achei que faria tipo 50 dólares, foi a primeira vez, saindo meio desiludido Denise me ligou, isso foi bem legal. Andei pelo centro conversando com ela pelo celular até pegar o ônibus na Broadway e voltar pra casa exausto.

Alpine and Guitar Center

Alpine

Então foi que ao eterno ritual de ligar a tv de manhã no canal San Diego news, no bloco do tempo Weather Forecast apareceu uma cidade possuída pela neve. "Digita aí cabrero, Julian, California". Google Maps é incrível, você clica em Get Directions, clica o endereço que você está para o daonde você quer chegar e ele diz exatamente o tempo que vai levar e como faz pra chegar seja por carro ou seja por transporte público. No transporte público ele faz a estimativa já com o próximo ônibus que passará no ponto mais próximo da tua casa. E não tem erro, não há atraso.
Get directions para Julian? Senhor Google Maps diz: Tu pega o bus aí na frente da baia de vocês que vai passar na sequência, daqui 6 minutos, para em Old Town, pega o Trolley Green Line que vai pro Leste que vai chegar em 3 minutos, desce em El Cajon e lá pega um ônibus pra Julian. Legal que isso tudo seria permitido com o passe mensal que comprei por 64 dólares. Ilimitadas viagens por dia de ônibus e trolley até o inferno. Uma ampla área de abrangência mesmo. Posso ir até o inferno de graça.

Uma cidade próxima que estava sob neve. Estimado 3 horas de viagem. Eu só falava comigo mesmo "Puta que pariu, se eu ver neve hoje vai tomar no cu!" Tava sol, tinha levado um punhado de blusas.
No fim que ônibus pra Julian só tinha Quinta e Sexta, era Quinta-Feira, teríamos que esperar tipo 2 horas pelo bus e detalhe, não teríamos opção de ônibus para voltar. Ficamos naquela, legal que os piá são bem parceiro de tomar no cu assim. Mas aquela tomada no cu seria muito bonita, tentar achar uma carona pra San Diego num frio que não seria qualquer coisa não. Ou ficar num Mc Donalds 24 horas e voltar no outro dia. Mas no fim das contas perguntamos pruma mulher e a estrada tava bloqueada, não ia nem ter ônibus pra Julian. Ficamos decepcionados mesmo sabendo que seria sem noção.

"Não tem outra cidade que possa estar nevando?" Perguntamos.
Talvez Alpine, disseram que tinha nevado ontem mas hoje não tava nem perto de nevar. Encabeçamos. Um ônibus simples e um visual que era o que eu mais estava esperando e aposto que a torcida aí, Cabortero, Danéco vão vibrar. Tipo, sem noção, uma cidadezinha e umas super montanhas em volta, na verdade cordilheira dos Andes ou mesmo uns lugares na Europa ou mesmo aqui devem ter horizontes com picos bem mais altos, mas uma sensação muito louca. Descemos do ônibus para Alpine quase no ponto final, tava frio pra caralho. Não um frio que não tenha sentido em Ponta Grossa, mas um frio diferente.
Descemos, demos uma banda, subimos num pico, comemos uma pizza e pegamos o bus de volta, isso foi legal, tipo escolhemos uma cidade e só nos atiramos pra ver qual era.

Voltamos e pra aproveitar o dia decidimos passar na Guitar Center. Eu queria muito conhecer. Pegamos o trolley e voltamos algumas estações. Paramos em Grossmont. O que mais me indigna são as freeways e a agilidade que isso é. Elas vão costurando tudo, passam por cima de tudo, tem umas muito altas. Tipo você vê os carros passando num viaduto do tamanho de um prédio, lá em cima. Uns super caminhões tipo Lincoln Falcão. Mega, mas mega ruazonas com 5 ou até 7 faixas sem nenhum obstáculo que os carros só precisam tuchar o pé no acelerador e ir. Por isso que pra onde for pode ir de boa aqui, dentro da cidade, você pega uma free way e some. Piazada daqui da casa, Crash e Judeu foram até Seattle com um carro, marchas automáticas, você praticamente só precisa freiar e acelerar, e na freeway tem um comando que bloqueia o acelerador em tipo 100km por hora que é quase o limite e o carro vai sozinho. Dá até pra tocar uma, jogar um truco. Me contaram que comiam só em Mc Donalds por 1 pila e tomavam banho de lago que viam no GPS. Tipo clicavam no lago e "como chegar até aqui" iam seguindo as dicas, desembocavam num super lago, era verão. Achavam os restaurantes no Gps também e tudo na base da freeway.

Guitar Center

Chegamos na Guitar Center e me deu um baque no coração. Sabia que seria muito tenso, não sabia por onde começar mesmo. Resolvi procurar as tão desejadas Fender Jaguar. Nossa, só tinha, de quilo. O mais legal é que você pode tocar qualquer guitarra da loja, é só pegar e ligar em dezenas de amplificadores que tem no chão. E só marshall e vox muito além. E as guitarras estão por toda parte na parede até lá em cima. Peguei uma Jaguar e liguei, por deus! Um som muito sujo e muito grunge. Fiquei fazendo umas piras, brincando com os captadores, 700 dólares o preço.
Aí peguei uma Gibson, eu tinha que tocar uma. Só pra dizer que já toquei numa Gibson. Preferi a Jaguar. Mas tem tipo todos os modelos e marcas do mundo. Guitar Center está tipo entre as maiores 5 lojas de instrumentos dos Estados Unidos.
Daí fui pra parte de baterias. Várias, dezenas de baterias, algumas montadas pra você tocar. Toquei uma eletrônica da Yamaha com foninho. Tal qual uma bateria de verdade, muito legal, mas você pode treinar com metrônomo, com um riff pré programado, enfim, deve dar pra fazer o diabo com aquilo. Perguntei pros caras se alguém famoso aparece por ali eles falaram que o baterista do Nine Inch Nails dá as caras e umas outras bandas que eu não lembro.
Mas a loja é sempre um fervo, gentarada fazendo jam e comprando, comprando, comprando.

Tem uma parte só percussão, baterias, atabaques, bongôs, trinângulos, etc. Uma parte só violão, violãozão acústico assim, uns preços em conta, na verdade duas salas forradas de violão nas paredes, uns enormes, toquei um tipo um som lindo assim perfeito. Daí o main hall é assim só centenas de guiatarras nas paredes e amplificadores pelo chão com cabos que é só ligar e várias coisas pra vender, desde capas a metrônomos e o inferno. Tinha uma sala só com contra-baixos também, todos os tipos, gibson, fender, thunderbird, estrelados, enfeitados, tipo uns 50, era só pegar, plugar e tocar, uns baixos muito gigantes!
Uma parte da loja só pedais e captadores. Uma sala só de teclados, eletrônicos e sintetizadores e órgãos, uns enormes. Uma sala só de aparelhagem de Dj, mixers, dava pra tocar em tudo isso. Muito legal mesmo! Dá pra ficar um dia inteiro na loja mechendo em tudo e você não vai ter mechido em 10% de todas as paradas que tem.
A gente ficou umas 2 horas. Aí voltamos pra casa.
Tem uma guitarrinha Fender parecida com Jaguar aqui perto de casa como já falei, Luimar disse que é pra mim. 100 dólares. Agora não posso nem pensar em nada mas se tudo der certo serei muito feliz com ela.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Hilton Job Fair

Ontem choveu cats and dogs como dizem aqui. Uma chuva do caralho mesmo.
A primeira vez que chove, dizem que nem chove muito. Pegamos duas capas de chuva meio inspetor bugiganga e nos lançamos pra Job Fair no Hilton hotel. Um super edifício de frente pra baía aqui de San Diego.
Chegamos lá em torno de 11 horas da manhã, a fila era kilométrica. Pessoal tudo de terno, super bem vestido e nós encharcados. Teve bastante tempo pra se desencharcar e conversar um monte.
Eu e Vini ficamos só trocando idéia, fazer o que? Tinha que esperar. Vini comprou um café Starbucks e eram 18:00 quando começamos a chegar meio perto do começo da fila.
Todo mundo exausto, já ficando meio bravo. Mexicanos, brasileiros, americanos, todos com fome, com dor nas costas de ficar de pé, impacientes.
Uns de terno chegavam a deitar no carpete. Imaginem, 7 horas de espera sem comer. Eu tinha comido dois pedaços de pão pela manhã. Foi o record.
Tá, fizemos uma entrevista, um japa me perguntou umas questões, naquela altura já nos encontrávamos desgastados mas mandei bem. Umas perguntas do tipo:

Como você age perante um cliente nervoso?
Como faz pra contornar situações difíceis na vida?
Quando tem muita coisa pra organizar ao mesmo tempo, dá prioridade a que?

Difícil de elaborar respostas em inglês. Ou ao menos, um migué bem dado mas acho que deu boa.
O cara falou que vai me ligar pra uma segunda entrevista. Housekeeping, camareiro.
Acho que ganha 8 dólares a hora. Vinícius pode ser que seja Banquet Person uma coisa assim, o cara que arruma quando tem comida. Deus que nóis ajude.

Saindo de lá comemos no Wendy's, Crispy Chicken, Jr Cheeseburger, Double Stack. 1 dólar e uns quebrados cada sanduíche.. Passamos no mercado, voltamos pra casa ainda com os pés molhados daí é só lesar. Como é bom voltar pra casa!

domingo, 14 de dezembro de 2008

Mano Negra

Eu li na Reader que ia ter Mano Negra abrinda uma exposição de um pintor. Juro que achei que era a antiga banda do Manu Chao, nem sei se existe mais. Fomos no endereço e só não era. Mas deu boa. É uma rua, Ray Street em North Park um lugar bem legal aqui também. Uma vez por mês rola exposições em vários lugares na rua, um do lado do outro. São ateliês de arte.
Em um tinha uma banda de jazz, no outro uma camerada com harpa e flautas. No outro umas músicas meio Radiohead rolando. Experimentalismo, non-sense, montagens, colagens, fotografia. Legal que em cada ateliê, dos 10 mais ou menos que estavam rolando, havia comida e bebida.
Vinhozinho, eu já tava ligado que podia ter, me lembro as exposições no SESC e da Cristina Sá, é isso? Bem ponta grossa na verdade.
Um pessoal meio que os intelectuais da cidade, mas gente de todo tipo. Conversei com uma senhora um tempão mesmo, o marido dela tava tocando flauta e nós estávamos num sofá.
Falei que meus pais se conheceram nos back stages de teatro, que ambos eram atores e que morei atrás de um teatro até os 14 anos, ela falou que eu tinha um bom background.
Falou que também era atriz e pegou meu email, vai me passar umas peças de teatro pra mim ir. Mal posso esperar.
Numa tenda um copo de cerveja preta bem gostosa por uma donação, dávamos 15 centavos.

Nise acaba de me dar um toque, tá bem legal isso. Eu consigo dar toques no celular dela também, mas dá muita vontade de atender. Tem um lance de ligar à cobrar que não sai tão caro. Já está meio que no tempo de ligar pra casa. Quero só ver, natal e ano novo aqui vai ser bem triste sozinho.

Quero ver se amanhã arrumo minha jaqueta verde, compro um chocalho em formato de ovo de 3 dólares, eu não quis comprar pra economizar e depois senti muita falta em vários lugares.
Amanhã cedo procurar emprego. Farei uma busca intensa na Avenida Garnet e a tarde vou ver alguma coisa pro centro. Talvez terça se tiver inspirado vou tentar tocar na cidade.
Meu deus, isso vai ser muito louco. Que vergonha!

Black's Beach

Depois de dar tchau pros caras do som. Segui pela Broadway esperar pelo 30 de volta pra casa. Nao tinha comido direito, tava um frio do caralho, eu tava de jaqueta de couro, blusa de lã, cachecol verde e toca. Quando entrei, o ônibus acho que tem aquecedor, tava muito quente me deu uma náusea, vontade de vomitar. Um calorão. Quase cheguei em casa e rapei o cabelo assim como Pedro do Napoleon Dynamite. Falando nisso, o Mauricio de El Salvador era muito Pedro, Pedro's accent.

No ponto dois caras me perguntaram se eu também estava indo pra Black's Beach. Um com um skate na mão, os dois meio mano, muito ponta grossense na verdade, foram me contando dessa festa que tavam indo. Full moon eu acho, 1 vez por mês. Falaram que rola todas as drogas do mundo, todas as pessoas do mundo, fazem fogueiras, dançam, cantam e as mulheres ficam peladas.
Na verdade, ou melhor, na real (como a piazada aqui diz) Black's Beach é meio que, ou foi uma praia de nudismo. Tem fotos no google. Achei uma aqui mais ou menos.

Voltei pra casa, intimei Vini e nos jogamos. Os brother aqui da casa já foram nessa festa e nos explicaram como faz pra chegar. FIca em La Jolla.
Um lugar muito legal, tem loja da Lamborguini, da Ferrari, Buggati, é tudo muito bonito. Meio longinho daqui, pega o 30 na direção Norte. O ônibus que passa na frente da nossa casa, isso é muita boiada. Pra ir pro centro também há ônibus direto.

Descemos do ônibus em La Jolla, pegamos uma rua chamada Torrey Pines drive, isso que é legal aqui também, os nomes das ruas (Grand Avenue, Paloma Boulevard, Felspar Street, Midway Drive, Pacific Highway etc.). Fomos indo pelo que os meninos falaram, lembrávamos que em certo momento haveríamos de descer por um lugar meio perigoso.

Um cliff, lindo. Amo cliffs. Dá pra vero mar lá de cima, fomos descendo por uma trilha até lá embaixo na areia, é muito alto e muito bonito.

Pra resumir, essa festa sempre foi insana, vem gente da Europa, vem milhares de pessoas. Cada um leva o que for consumir, fazem várias fogueiras, fazem um o rabo do outro. Diz que no amanhecer o Sol e a Lua ficam assim, de uma forma que, parecem os astros estar se reverenciando um ao outro e é o pico perfeito pra se fumar um beck.
Aconteceu que uns 4 meses a festa tava tão a mil por hora, shamanismo, chá de cogumelismo, os piá aqui da casa já foram em algumas Fool Moon, estavam nesse dia, imaginem vocês, um cara levou uma facada. Desde então a festa anda meio caída, a polícia fecha o cerco.

Sei que chegamos lá tava umas 30 pessoas no máximo, tocando uns batuques, uns dançando, a festa tava muito cansada. Demos uma conversadinha com a galera e pensamos "tomamos no cu". Porque já tínhamos ido com o pensamento de varar a noite, quiçá vazar com o primeiro bus às 5.
Ficamos lá conversando, não bebemos nada, conhecemos umas pessoas, um cara com um violão cantando parecia cagando, gostava de Bright Eyes, cantou um Mad World, cantava morrendo, muito agonia, muito engraçado. O Amauri daria uma boa pagada dele.
Em uma hora o Vini tocou o violão e todo mundo cantou um Chili Peppers e um Sublime, animou a galera, eu mandei um Bongo Bong e Redemption Song do Bob Marley a galera considerou.
Daí chegou um cara super gente boa tocar o violão. Eu fiz o bongo pra ele. Tal qual pro Luimar em Two Pila.
O cara só mandou musiquinha legal, dentre elas Disarm do Smashing Pumpkins, Say Ain't So do Weezer e Creep do Radiohead que eu cantei junto com muita emoção lembrando de Panacho. O cara me mostrou o iPhone dele, cheio das funções, tirou 2 fotos da gente e mandou no mesmo instante pro meu email:
Vini e eu em nossa primeira foto em San Diego

Foi muito legal, era um grupo de amigos super amigos, mas em inglês. Depois falei pro cara que ele era o coolest guy I met in San Diego (o cara mais legal que eu conheci em San Diego). Ele tinha uma namorada daí tinha mais dois tipo amigos da galera, umas piadas meio internas. Subimos o cliff tudo de novo, uma super vista lá de cima. Daí nos deram uma carona e nos deixaram bem perto de casa ainda!

Espetáculo

Sexta-Feira resolvi dar um balão em Downtown, que é o centro da city. Aí dizemos, "hoje vou ir pra cidade", se referindo ao centrão. Aqui é, "vou pra Downtown". Dam Tam.
Na subida da escada rolante dois carinhas cantando, pensei, preciso dar uma cagada urgente, dou esse bote no shopping mas já volto aqui.
Voltei e fiquei bem na frente deles, fuzilando mesmo. Pareciam que tinham vindo dos anos 60.

Uns cara muito If you're going to San Francisco.

Um era o proprio Neil Young mais novo, tocava o violão folk assim, cantava e tocava uma gaitinha de boca ao mesmo tempo. Camisa xadrez, calça jeans tuchada, um sapatinho muito If You're going to San Francisco, um cara muito ordenhou uma vaca pela manhã. O outro meio que um Marcelo Teixeira, meio bigodinho, um chapeuzinho hippie, um cabelinho comprido loirinho escorrido, tocando um Ukelele, uma calça tuchada e muito if you're gooooooing to San Francisco.

Eles tocavam freneticamente músicas caipiras dos anos 30. Anos trinta? Todos nós já ouvimos, umas musicas melancólicas meio Bob Dylan/Johhny Cashiadas.
Gritavam, cantavam bem alto e a galera só botando grana na capa do violão.
Um velhinho pára, dá uma boa considerada, vai lá e só repousa um 20 pila, "thanks sir", eles diziam. Uma oficial veio e os tocou dali. Eles chegaram meio perto de mim eu falei "why did you stop"? Eles responderam "She kicked us out". "She always do that". Fiquei sabendo que o cara principal meio que toca sozinho sempre, quase toda noite e quando rola este outro o acompanha. Os caras tinham menos de 21 e falaram que tiram tipo 70 a 80 dólares tocando na rua na noite louca.

Fui conversando com eles andando pela rua, isso foi legal. Eles me incentivaram muito a tocar também, diz que a primeira vez é meio foda mas quando tavam desempregado isso quebrava um galho. Falaram que em outra língua a galera considera bastante também.

Chegamos numa outra quebrada, mas isso centrão, fervendo, luzarada, japoneses, negrões hippie hoppers, indies, malucos, prédios, bares. Passamos por bastante gente tocando na rua também, um velho sé no ukelele que é aquele violãozinho havaiano.

Mauricio. El Salvador. Desenhos no chão, tinha chego em San Diego fazia 1 semana, ficara 1 ano em LA me disse que era quase homeless, que estava morando com a namorada num hotel e disse que só vive de arte de rua assim. Em Fevereiro quer ir pra San Francisco e simplesmente vai.

Fiquei muito pensativo no que seria se eu persistisse com minha idéia inicial de ir pra San Francisco. Os caras tavam falando que lá thá muito mais cultura e dizem que San Francisco é muito legal mesmo. Músicos, arte à tona. Um dia ainda vou. Mas aqui já to numa barca muito boa, com casa, pagando meio barato, e se foi... era pra ser.

Maurico tinha um bongo, tinha um nome certo mas eu esqueci, é um atabaque maior que vai no meio das pernas. E aí os caras desandaram a tocar as mesmas músicas de novo, desta vez nesse outro pico com o cara acompanhando. Grana, grana e grana.
A galera parava pra olhar, mulherada os considerava.

Uns pedcabs, estes que levam as pessoas numas bicicletas tipo umas carroagens assim pela cidade pararam e ficaram considerando muito, deram grana. Galera descolada também parava ver qual era, se interessavam nos desenhos do cara também.

Dividiram um pouco da grana com o bongo e tocaram, o vocalista pegou meu telefone pra ligar se tiver um trampo no cafe onde ele trabalha. Eu peguei o telefone da namorada do El Salvador pra avisar um dia pra ele levar o atabaque que eu vou me arriscar a tocar.
Pra mim que só faço uma grana nessa parada também, foda que o violão do Crash o brother da casa aqui não tem lugar pra alça, mas vou me jogar, certeza, pra ganhar uma grana.

Vou de Pira Piroca, Rato Romeu, Sinfonia dos Animais e será o que Deus vai querer.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Hare Krishna

Ontem como falei no post passado cruzamos com um cara, ele não era da Mongolia, ele era um monge. Foi a primeira coisa que ele falou na verdade. "I'm a monk". Super gente boa. Falou que ia ter o encontro hare krishna lá, música e comida na faixa.
No final que encabeçamos um templo Hare Krishna ontem.
No ponto dois caras insanos, os próprios Easy Rider, pareciam que tavam meio goleados, um gordão e um magro com uma chepa de cigarro na mão. Eu tava batucandinho na perna assim ele perguntou se eu era drummer. Daí ele falou: "my grandpa was a drummer, my father was a drummer, and I'm a drummer". Daí falou o nome dos bateristas do Led Zeppelin, Deep Purple, Jimi Hendrix e considerou. Daí o gordo, porque só o gordo conversava na verdade, começou incessantemente 'Cause I drive no man in the back of my bike, no man in the back of my bike' (Eu não levo homem na garupa) "Women yes but no man in the back of my bike".
Explicando que era aniversário do irmão dele e ele estava o levando para jantar, e por isso de ônibus. Nossa, os dois eram irmãos!
Ele falou que tinha uma Harley Davidson e faz 38 anos que anda com ele pelos Estados Unidos, eu comentei de Easy Rider ele falou Peter Fonda sou eu mesmo.
Muito bem os caras, e o irmão magro dele, aniversariante, não falava, só balbuciava.
Subimos no bus e quando eu e Vinicius fomos descer eu disse: "Born to be Wild!" Ele se matou de dar risada!

Não tinhamos a mínima idéia o que ia rolar na parada. Krishna Lounge. Ficava do lado do templo, uma casinha bem, por sorte tinha vários 'first timers' lá. Pra muita gente era a primeira vez também.
Meio casa de Dinho, tiramos os tenis, (será que minha meia tá furada?) um carpete, um incenso comendo solto, quadros escritos 'SELF, EGO INTELECTUAL' coisas assim. E as pessoas, uma galera de Dinho evoluída.
Uns monges de vermelho meio enswamizados, de saia, carecas e só um rabinho de cabelo com um risco de tinta do nariz pra cima, no rosto. Uma mor que era convidada especial tipo uma madre tereza com um ponto na cabeça, terceiro olho?
Enfim, tomamos um chá, o Vinicius ficou meio cabrero: "vamos nos lembrar depois?" era um chá normal, tipo de casa de Dinho.
Trocamos uma idéia legal com o pessoal e de repente lá estava eu, nos Estados Unidos entoando o hare krishna. Everybody!
HARE KRISHNA
HARE KRISHNA
KRISHNA KRISHNA
HARE HARE
HARE RAMA
HARE RAMA
RAMA RAMA
HARE HARE

Tinha um super quadro na parede com isso, os mésicos bons, um no Harmonium e umas percussões loucas da India. Depois de 40 minutos cantando e enlouquecendo, sussegaram.
A madre tereza foi ao centro, exigiu que a câmera apontada pra ela estivesse filmando e começou. BLA BLA BLA BLA.
Daí teve discussão, isso que foi legal, perguntavam em inglês, obviamente. Quase dei um pitaco, IMAGINE! Foi meio debate de tela alternativa assim, não indo pra lugar nenhum.
Eu tava entendendo tudo, isso foi o legal. Madre Tereza era de Nova Iorque e parecia a pessoa que tinha todas as respostas do universo.
Dai um cara pegou o violão, tipo um Elvis.
O cara deitava monstruosamente naquele violão, o cara era rock'n roll roots total, soltava uns yeah, tipo uns 50 anos, sei lá, um super óculos, americanão mesmo.
Depois fiquei sabendo que ele tocava numa banda de rock famosa dos anos 80, Transcedence. Imaginem o nome. Tem que procurar no google.
Mas lá ele cantou músicas dizendo:

HAVE MERCY ON THE ANIMALS (tenha piedade dos animais)
THEY HAVE FEELINGS TOO (eles tem sentimentos também)
HAVE MERCY ON THE ANIMALS (tenha piedade dos animais)
THEY FEEL JUST LIKE YOU DO (eles sentem igual você)

E cantou uma dizendo que não precisamos ter um carrão do ano pra ter um GOOD TIME, (PRA FICAR NUMA BOA, traduzindo). Daí todo mundo dizia esse GOOD TIME!

YOU DON'T HAVE TO HAVE THAT PHD TO HAVE A
GOOD TIME (não precisa ser phd pra ficar numa boa)
YOU DON'T HAVE TO SMOKE THAT THC TO HAVE A
GOOD TIME (nao precisa fumar aquele THC pra ficar numa boa)

Parece que o cara se converteu mesmo. Mas os arranjos eram demais e ele era afinado pra caralho, daí nessa música tinha um HARE KRISHNA pro meio, ficou bem legal.
Tinha vários instrumentos de percussão pra platéia tocar. Eu me encolhi, a galera meio que cagava o pau. Eu tava com a barriga roncando desde o começo não vendo a hora de comer.

Now we're gonna have a BETTER TIME. (um melhor momento agora) A HORA DO RANGO.
Hoje a comida é VEGAN! Eba! Vegan, vegan, vegan!

Me chegou em minhas mãos um pate de cenoura tenso pra caralho, uma folha verde enrolada num sei lá o que. Beleza, fui mandando brasa. Forçando como diz Luimar.
Mas tava foda, vai toma no cu, nao há como! Como diz o Lincoln.
Conhecemos uma brasileira, Ticiana, falou que viu uma foto do Johnny Depp semana passada e eu tava igual. Pensei, to bem em, tinha metido o cachecol verde e toquinha de Janete pra ficar meio no clima krishna, sei lá.., na verdade eu quase fui de jaqueta de couro mas daí me toquei de ultima hora que ia pegar mal..
Ah, e toquinha de Janete fazendo a frente total em todas aqui na américa do norte, minha companheira.
No Krishna Lounge uma galera insana, uns meio Blur, uns meio krishna mesmo, e uns Dalai Lama, domingo vai ter mais com comida indiana, espero que seja melhor. Acho que vamos, afinal HARE KRISHNA. É legal porque trocamos uma ideia em inglês com a raça.
Saímos dali e fomos pro Mc Donalds. Contradição ou não, foda-se.
We're not vegetarians.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Do you have applications?

Cedilha only.
Eu moro a umas 15 quadras do mar mais bonito que eu jah vi. A noite, tem estrelas que se mechem, sao os avioes, a tarde, tem aqueles jatos, eles riscam o ceu numa parabola ferindo a aboboda celeste inteira, a lua eh gorda, o cheiro do ar eh bom. Ateh os onibus cheiram bem, sao uns onibus grandoes assim, refor
çados.. Quando um aviao segue em direçao ao mar eu penso, ele estah indo em direçao ao Japao, Australia, Asia. Calculam comigo? Estou no Pacifico. O nome do condominio que moro eh The Pacific.

Aqui todo semafaro tem que apertar um botao pra poder passar, meio sessao as vezes.. To come
çando a sacar a da galera mais ainda, o style da raça (como dizem meus room mate), vans no peh, aqueles lah estilo conga do tempo dos nossos pais, calça skinny, tipo aquelas que o Costa usa, tatoos, piercings total, oculos destes que eu tenho usado, anos 80. Tipinho, ray charles, chico xavier, hollywood, 5 dolares aqui na California, mania, mas eles usam tipo vermelho, amarelo, acho que vou levar uns pro Brasil, longboard no peh. Entao em estilo e ideal nao estamos tao longe ai em Ponta Grossa. Galera mete um old school aqui igual aih.

Interessante.

Estou craque em preencher applications, pego uma quadra, pe
ço, do you have applications? Eles me dao, eu sento numa mesa e deito. LAST NAME, FIRST NAME, MIDDLE INITIALS.
DATA, ADRESS. Dai umas perguntas tipo se tem antecedentes criminais, o numero do Social SEcurity que eu estou esperando, dai as escolas que eu estudei, os trampos que trampei, ai vai umas mentirinhas, ando colocando Martignoni pizzaria, Mc Donalds, uns endere
ços ai do Brasil, nunca trampei em porra nenhuma dessa. Nas referencias coloco o Lincao, a Denise o Pipe! Qualquer hora ligam da gringa pra vcs ai, querendo saber se me conhecem.. Enfim. Aplico online tbm, tem uma revista Reader aqui bem legal, semanal. Tem uns trampos, hoje uma mulher me ligou, troquei uma ideia mas nao sei se vai dar resultado. Cuidar de velhinhos ou crianças com deficit mental.. Eu me encaixaria nisso, vamos ver..

Hoje um cara da Mongolia, sei lah daonde nos abordou, ele queria vender um livro meio sanscrito, nos convidou pra um jantar Krishna, vamos ver qual eh, tem discussao, dan
ça, e janta! Na faixa! Porque acham que estamos indo! Nos ofereceu um livro por 10 pila, donation, soh nao rolava. Contem de Kundalini Yoga ele sabia, sufismo tbm. Um livrao muito mor na verdade que se marca vendia por 1000 pila pra mae do Dinho! Sei lah, vai ver. Parecia um livro mor.

Dai fui numa livraria hoje muito legal, livros por 1 pila, tipo uma locadora daquelas de fita mas com livros de todos os tipos. Soh em ingles neh.

Thrift and Trade a lojinha dos 4 itens por 20 pila, tem umas roupas legais.
Fui numa loja de instrumentos aqui, achei uma guitarra Fender modelo da Jaguar mas mais antiga por 100 pila, quando come
çar a trampar levarei a Luimar. Dei uma tocada, troquei uma ideia com o japa dono da loja, ele deu uma considerada no meu tocar. Falou que tem uma banda instrumental de jazz, me curtiu, nos consideramos. Falei que quero ir ver um ensaio, amanha vou voltar lah trocar uma ideia. Fui com a cara do japa. Ele falou que aqui em San Diego tem tipo a maior loja de guitarra do mundo, Guitar Center, alguma coisa assim. Vamos ver qual eh. Eu acho que esse trampo tah chegando perto. To meio numa agonia. Mas ao mesmo tempo susse, quero ver se vejo alguma peça de teatro, tem um museu de arte contemporanea tambem.

Sucrilhos, pao com ovo, pizza, miojo. Assim eu passo meus dias. E ando passando bem!

It`s been more than a week already

Eh foda nao usar acentuaçao. Muito foda. Tenho que me dedicar algum tempo a formatar essa bosta. Mas fazer o que, o tempo eh corrido tenho tanta coisa pra falar e pra ficar copiando os acentos do google eh complicated. Usarei apenas o ç!
Antes de ontem passei pela ponte ateh o Coronado. Eh definitivamente uma ponte muito louca, antes dela tem uma placa de aviso aos suicidas, fiquei curioso se a galera jah se jogou de la. De certo que soh se jogaram.
To me adaptando, algumas esperan
ças de emprego, complicado que vai ser em Fast Food talvez e ai vai ser aquela mexicanarada. Se eu falasse espanhol seria ainda mais facil, mas nao suporto.
Sinto falta de falar ingles, ontem troquei uma ideia com a dona de uma loja ela tinha ido pra Buenos Aires em Agosto, dai foi pra Foz do Igua
çu e falou que pegou o aviao de SP pra Africa do Sul porque eh perto. Comentei que nao conhecia as cataratas ainda..
Falei da vista sobre o novo mexico e ela disse que sempre ve quando vai a Paris. Tipo, a galera faz as coisas eh incrivel!
Lojinhas muito legais eu to encontrando, tem uma nao lembro o nome agora, fui ontem, eh tipo um sebo e brecho ao mesmo tempo. Tudo por 6 pila, qualquer item e dai 4 item por 20. Cdzinhos Parklife do Blur que eu vi, das bandinhas assim. Dai vi um DVD do Borat, vi umas jaquetas bem legais, tanto femininas quanto masculinas. Uma guitarra Fender Squire por 150 doalres. Cal
ças, disco de vinil de monte, Marcelo Mara ia mergulhar, de certo que tem umas coisas muito loucas. Em outra loja ali perto eu vi vinil do Elliott Smith e do The Shins, vou levar pro Brasil quando der.
Por enquanto tah essa agonia de conseguir trampo, eh o que eu penso, procurar trampo aqui na california e falando ingles eh mais divertido. Eh verdade. Mas eh foda quando eles dizem `We are not hiring` nao estamos contratando. Tipo, nos desandando.
Mas na maioria eles te entregam o application com gosto. Aqui eh na base do application, `do you have applications? `for sure` tem uns que falam com gosto, porque eh legal pra eles que alguem se interessa em trampar naquela loja. Da pra ver que eles curtem empregar a galera mas hoje em dia as coisas estao sim mais devagar. Eh inverno aqui, tem essa tbm.
Como tava dizendo sinto falta de falar ingles. Nao tenho falado muito e eh sempre muito legal quando rola, tava falando com Cabortero que faltava um brother pra encabe
çar algumas, tipo qualquer um de vcs ai, um Dinho, um Luimar, um Amauri, o proprio Cabortero. Nossa faz falta e como um irmao. Aqui tah muito um isolamento tambem. Nao tenho escolha, tenho que ficar. Mas dizem que no começo eh foda mesmo. Temos 4 meses pela frente ainda.. Passou pouco mais de uma semana. Espero que as coisas se ajeitem, o minimo aqui eh 8 pila a hora e jah ganha uma graninha. O trampo que for vai ser barca e vou guardar tudo, nao sei nem se vai rolar um lap top, um eletronico alem assim. Vamos ver, nada se sabe ainda..
Engra
çado porque eu saio na busca por exemplo na Avenida Garnnet aqui, e eu sou uma mao de obra pedindo emprego, vou em varios restaurantes, preencho o application e fico esperando resposta a qualquer momento meu celular pode tocar e dai fodeu.
Alguns jah prometeram de me ligar, Subway, Jack in the Box..Um trampo que role uns rangos fechou. Venha o que vier..
No mais meio triste, triste por nao estar compartilhando com ninguem, fui ateh o harbour, subi centenas de escadas, desemboquei numa super vista pra baia assim, a ponte, os barcos.. um super visual. Triste de saudade dos amigos.
Fiquei imaginando o Joao quando foi pra San Francisco, viu a ponte, viu os predios, viu as pessoas.. sozinho! Mas a vida eh assim mesmo.
Sempre havera oportunidades, mesmo nos USA acredito que nao serah minha unica vez, tipo, oportunidade de falar ingles assim. Sempre que posso encabe
ço um papo com alguem mas vou no limite.
Solidao, andando por essas ruas ouvindo Miss Misery me senti o proprio Elliott Smith naqueles clipes dele andando na cidade. Elliot Smithzei geral, de um jeito! hahahahaha
Ouvindo o solo do Marcelo Camelo tambem, santa chuva, tiro o foninho quando passa duas pessoas conversando soh pra ouvir o ingles.. Sempre vou na sacada aqui a noite, sento numa cadeira e dou uma boa refletida, debaixo das estrelas, olho os carros, penso em tudo, nos amigos, nas correrias, (dar uma de forrest gump agora) mas quem eu mais penso eh minha Nise, calculo 6 horas pra frente e imagino onde estah o que estah passando..Fui numa loja da Adidas aqui achei umas jaquetinhas bem legais, levarei uma super benzinha, certeza.
Um cara tocando violao no chao com uma gaita de boca, no centro. Sentei troquei uma ideia, toquei uma musica, ele deu uma caretiada. Velhao bebado. Me expandiu a cabe
ça pra encabeçar um repertorio e cantar aqui em algum bar. Seria uma boa. Umas 20 assim sai, sei lah Sunny Afternoon, Cyber Cafe, Pira Piroca, Island in the Sun, um Doors, Manu Chao, um Nirvana,, a galera ia curtir certeza, soh toca som legal aqui, nas lojas uns sons muito loucos. Tem uma banda daqui que acho que vou ver, High Tide. Escutem, o som de San Diego. Muito Californiano aqui, dub, ragga, e por ai vai...
Toquei o Porco prum cara numa loja de instrumentos, jah falei isso?
Aqui a galera pode pendurar a bicicleta na frente do bus, eh engra
çado, os bus sempre levam uma bike de alguem. Uma barca total na verdade.. Aviao descendo a todo momento, o aeroporto eh no meio da cidade do lado do porto, o mais louco. Aviao a todo momento. Outro dia um caça caiu aqui, em University city, parece que morreu umas pessoas, destruiu duas casas. Imagine!
Legal daqui eh a presen
ça dos cadeirantes em todos os lugares. Andando pelas ruas com umas cadeiras de roda motorizadas bem de boa. Sobem no bus com uma facilidade, desce uma rampa assim. E eh bem normal. Outro dia uma senhora cadeirante subiu com um cachorro no onibus, cachorro guia assim. Super! Um cao super esperto, atendia os comandos dela e tal..
Na frente do apartamento aqui tem um campo de golf, um campo de beisebol e uma quadra de basquete, sinceramente a mais linda que eu jah vi, da pra ver pelo GOogle Earth, eh meio asfaltinho assim. Vou ver uma hora soh vou chegar ali na base do aborda aborda. Can I play?
Imagine, os cara jogam bem pra caralho. Foi uma promessa, futebol e basquetinho se rolar to dentro.
Tem um time de futebol americano aqui, San Diego Chargers, jah disse isso? Entao, dai a galera torce pra caralho pro time e tal.. eh bem legal, eles jogam bem ateh. Ando assistindo umas NBA, uns futebol americano, dentre os mil canais da tv, uns programas muuito alem, o Caborteiro soh merecia essa tv que eu tenho aqui, dah pra zapiar por toda a eternidade. Sao varias as vezes que eu digo, `nossa, esse eh o programa mais tesao que eu jah vi na minha vida`, galera se parte de rir, ontem foi uma delas, reportagem sobre o uso do LSD nos anos 60 e 70, a epoca do Amor e tal, mostrando Woodstock, festinhas em San Francisco. Monterrey uma cidadezinha que come
çou virar o antro dos Peace and Love. E a galera soh mandando a fumaça pra cachola. The Golden Age of Marijuana o cara falou, pra vcs terem uma ideia o documentario teve umas 3 horsa de duraçao, desde Syd Barret ateh Paul Mccrtney, Lou Reed falando em publico sobre o uso de LSD, Lucy in the Sky with Diamonds, entrevista com a molecada. Por Deus! Um mais bizarro que o outro, uns cabeludos pra lah de alem, umas roupas muito alem, uns oculos enormes, umas pessoas bonitas assim e maconha por todo lado, começou a preocupar as autoridades, eram navis de todas as partes do mundo. Dai mostrava as festinha onde eram distribuidos acido de graça, a galera tudo burra,se beijando, se amando, numa praça publica em qualquer lugar, dando risada. Umas imagens que me tocaram demais. Um documentario bem historico assim, muito engraçado, as vezes exagerado na parte das drogas mas totalmente serio assim, mas algo que nunca passaria no Brasil por exemplo. The Drugs se eu nao me engano o nome do programa, diz que todos os capitulos sao bem legais.
Dai tem programa, novela, de tudo quanto eh jeito, imaginem, sao tipo uns 400 canais, porque o resto tah bloqueado na verdade, mas tem de tudo, eh soh sigla os canais. GDAS, SFS, SFE,IJF, IJE e dah pra ir vendo a programa
çao. Fans de cupim cedo tipo tio Mario e meu pai iam pirar demais com os programas aqui.. programas tipo National Geographic, animais, insetos assim, uma pelicula muito legal, as ediçoes assim, muito ideias que nunca tivemos, coisa inteligente mesmo. Progrmas de perseguiçoes policiais e coisas tipo, elefante escapa de circo, muito louco. Ontem passou umas pessoas com chaga na cara assim, bolhas enormes, rostos completamente deformados assim que eu queria que o Panacho visse, pelo amor de Deus literalmente. Programa mais treshera que eu jah vi. Pessoas com a cara que nao dava pra distinguir boca nada, umas pereba jamais vista, Deus, Deus que me perdoe! Televisao inteligente. Em fevereiro vao fazer uma mudança pra tv digital aqui nos usa inteiro, nao sei bem como vai ser,ta escrito nos bus, mas a qualidade da imagem aqui eh show tbm!
Enfim, nao quis perder o costume de postar, quando eu tiver com a camera vai ser bem mais divertido, pros que leem soh ficam salivando de ver estas imagens mesmo. Mas vai demorar um pouco, ateh eu receber uma graninha boa pra comprar, mas dai rechearei isto aqui com fotos e videos das loucuras certeza!
Valeu rapaziada! Beijo minha Nise.
Ateh o proximo Cabra Show!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

International Super Star Soccer in Ocean Beach

Determinado. Ontem fui fazer o Social Security num prédio huge em Downtown, ele vai chegar dentre 6 a 8 semanas e tenho um papel que comprova isso. Preenchi um application pra job no Sea World, parece que vou ser domador de orcas, ou vou limpar o cu delas. Tomara que role. Fui em vários lugares onde tem HIRING (contratando), vamos ver...
Dai depois do Sea World fui pra Ocean Beach. Estava ansioso, sabia que nesse lugar o bicho pega. Ocean Beach Hostel o nome do lugar.
Sentei na frente esperar eles vendo um mapa de San Diego, filei careto de um casal que estava conversando em francês, tinha um outro na mesa puxei assunto, where are you fom? Finland.
Panacho que ia caretiar com essas hist
órias que eu vou contar agora, tomara que ele leia.
Entrei no Hostel tinha um papel `Nothing to do, soccer at 14:00`. S
ó jogarei.
Folheando um Los Angeles News chutei uma resenha do show do Smashing Pumpkins que eu fui, muito bem, te lanço nas hands Caborteiro!

O pier

O hostel eh duas quadras da praia, e Ocean Beach tem um dos maiores piers do este dos Estados Unidos! Isso um japa me falou, ele tava pescando, eu fiz questão de ir até o final, tipo sei la 1km de pier, irado véio! Parece que vc ta quase no meio do oceano. Dá pra flagrar as ondas bem certo, o fim, os surfistas aonde ficam, a visão de horizonte e oceano mais ampla e vasta que eu já vi. Lá, um pelicano. Cara, pelicano é muito j
óia, ele eh simplesmente o pássaro mor. Tem os passarinhos, os pombos, as garças e o pelicano gigante, muito grande. Quando agilizar camera vou filmar ele pra vcs.

Soccer in OB

Voltando do Pier dei uma batucada num bongo com uns hippies, troquei uma idéia massa, can I play it? os hippe muito louco, sempre com uns cachorro, uma galera muita california roots. Toquei bem pra caralho Luimar, fiquei deitandinho gostoso por uns 20 minutos naquele bongo.
Voltei no hostel eles me abordaram, do you play soccer? Eu rebati com gosto: I`m waiting for it. Dai tinha um italiano, muito italiano manja Panacho. Um italianinho azedo. Eu falei, esse cara tem panca que joga bem. Like Roberto Baggio. Deram muita risada, dai caiu num papo futebol que eu dominei total. Falei que era brasileiro e eles ficaram, puta fodeu.
Uma graminha irada. Gols de mochila e chinelo.
Vincent (Germany)-------------- Dominick (Germany)
Vlad (Russia)-------- versus----- Italiano cancha curta (Italy)
Cabra (Brazil) ------------------- don`t remember (hell)

Meu deus, esse russo era muito engraçado, tinha uma energia, era daqueles quebrão, meio fominha. Mas deitamos. O Vincent uma barbona, era o mais moça, comentei que meu amigo tinha um Vicente, que eh com E in the end. Sei que deitei geral. A primeira cana, rolei no meio das pernas do loirinho, muito engraçado o russo louco: beautiful Luam! Eles falando meu nome muito bem isso. Hey Luam! O russo principalmente, o russo era enorme, meio Di Caprio assim. Nise ia curtir os caras, o russo, o italiano era bonitão, tipo umas faceta, uns carão. E eu sequela ali pro meio, mas deitei geral, altos 1 2, pedalas. O russo pirava. Muito engraçado, eu gritando, yes! all right, that`s it! Quando fazia o gol, in the back, in the back, pedindo a bola atrás. Dai o russo era muito espalhafatoso e o italiano começou a se injuriar e ele não falava ingles direito, dai ficava, I mean, I mean, i know some people play hard but but. Com a bola na mão mas era soh uma brincadeira e ele se injuriando de verdade, eu me matava de dar risada.
Eles discutindo. Dai ja cansaram.
O russo ficou me considerando, tipo dava dois de mim assim. Ele era de Vladivastok, começaram a me indagar sobre o Brasil. Muito bem ter orgulho do Brasil. Eu falava, brasil eh do caralho veio, vcs iam pegar mta mina e tal.. Perguntei quantas mina o russo ja tinha comido. Um barato!
um barato haha
Dai voltamos pro hostel, conversamos, eu falei que tinha que vazar eles falaram pra mim voltar a noite , tem que pegar dois bus, eu falei que não rolava. Mas dai chegando na baia tomei um banho era muito cedo aqui. Não me acertei com o fuso ainda, tipo escurece 17:30 da tarde e parece que tah sempre muito cedo, antes de ontem fui dormir 20:00 da noite porque tava muito cansado. Daí intimei o Vinicius e ele foi comigo.
De noite voltamos lah no albergue, eu só fui muito bem recebido. Comentei com Vini que eu tinha vergonha de falar portugues, pra mim soh english mesmo e curioso porque ficamos mais com os gringos lah.
O hawaiano estava com uma cuíca, e eu perguntei se tocava com as mãos e eles tiraram muito sarro de mim porque eu do brasil perguntei. Dai eu falei que não tava ligado mesmo, nem todo o brasil eh rio de janeiro como eles pensam e de fato eu nunca tinha visto uma cuíca na vida.
Dominick me intimou pra uma bera, fomos no local ele pegou uma super Budweiser por 2 pila, comprou pra mim, fomos lah atras do Hostel tinha um Guitar Hero rolando. Guitarrinha, bateria tipo eletronica, e um cantava! Tava todo mundo muito louco jah. Dai meti um Float On do Modest Mouse ele curtiu, mas galera meio paia. Muito engraçado como eles são tudo uma piazada ainda. Não me dei muito bem na primeira, uma galera na parte de tras fazendo festa, me incentivaram, peguei meio a manha. O Vinicius deitou na guitarrinha, eu apresentei ele pros gringos.
Dai foi, eu na batera, Vini na guita e Vlad no vocal, Hotel California. Todo mundo cantou, eu fui bem, peguei a manha, fui no Easy.
Vlad: Do you drink vodka Luam?
For sure.
De um russo soh podia vir vodka mesmo, Absolut. Ele colocou eu matei, uns outros russos caretiaram, mas muita gringarada. Depois desse traguinho parece que meu ingles soltou de vez, interagi com um cara de Seattle, muito gente boa. Falou que foi pra Costa Rica, me deu uma cerveja da Costa Rica e disse: Costa Rica véio.. hahaha
Falou que Seattle eh soh frio e soh chove, falamos de Nirvana e tal.. Galera lah curte de tudo, mas aqui o que pega mesmo eh uns sons tipo Offspring e Rise Agains, eu comecei a entender, por isso que eu disse que Califa eh meio Pagode pro Pagode, e por isso que Pedro Henrique falou que San Diego era o bicho, o Nick era bem do estilão assim, eu saquei bem, Vans no pé, surf, hardcore, estrelas.. Ele dizia que era punk, comentou comigo que gostava de punk rock. Falou que pra ele aquilo era punk rock mas ta ligado neh luimar eh tum pa - pa tum tum pa rapidinho, não eh tumpatumpatumpatumpa, sei lah tbm, eu não gosto.
Fiz questão de ir com a peita Vote for Pedro, o hawaiano deu uma boa considerada, uns outros caras curtiram e um cara gritou na rua PEDRO. Muito bem!
Dai vazamos com um bus de 9:50, chegamos tipo 10:40 em casa, bem de boa..
To vendo muito gente louca aqui. Louca que eu digo, retardada mental e drogada. Um negro muito alucinado em Old Town, ateh pensei numa musica tipo:

Negro Alucinado

Olha esse negro
esse negro tah alucinado
Veja soh, tomou gole, fumou pedra
Sei lah
Mas perceba, nao fica com o olho parado
Esse negro tah muito louco
Esse negro tah alucinado

Andando pra lah e pra cah, dentro do bus ficou falando bem alto e com uma voz rouca, parecia que tava possuído pelo diabo. As pessoas falam sozinhas aqui. No Sea World uma criança grande, mina de 20 anos, gorda, compra o pacote 100 pila e pode ir todo dia e vai todo dia no Sea World.
Agora voltando pra casa o cara mais louco, me abordou em Old Town falando que tava com muita sede, me ofereceu um Day pass, perguntou se eu nao tinha 1 dolar, foi a primeira pessoa que me pediu dinheiro aqui na verdade. Cabeludo, parecia um cara dos Meat Puppets, na verdade o cara era muito Alice in Chains.
Tatuado LUCIFER nos dedos. Uma tatuagem no peito inteiro, se levantando no bus, conversando com todo mundo. Muito engraçado. Falando a todo mundo, sober mind, mente sobria, que estava sem alcohol fazia mais de um mes. Falando que injetava heroina, speed, falando da epoca de 20 anos deles que eles fumavam muita maconha com um amigo brasileiro, e o onibus inteiro ouvindo, falou que crack heroina ele curte, nao eh problema, muito engracado, falou que faz um som, curte sepultura pra caralho, mas ele tava muito alucinado, muito mesmo.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Gibson Amphitheatre 12.02.08 Universal City, CA

Bem, como eu estava dizendo...

ROCTOPUS
EVERYBODY COME CLAP
TARANTULA

Começou o show, eu chorei e pensei: "agora já posso morrer".
Eles fizeram esses dois migué no começo, e começaram pra valer, Jimmy Chamberlain um diabo na bateria, ele passou do limite.. e Billy Corgan na guitarra passou também, Jimmi Hendrixzinho, teve uma hora que ele tocou com a boca assim, foi sensacional.

GLOW

Dai tocaram SIVA, que demorei pra perceber que era, mas pra vc ter uma idéia Luimar, eles chegavam numa parte da musica e ficavam tipo uns 32 tempos infernizando e crescendo, dai um super surto assim do nada, um miguezinho e retomavam, percebi que faziam meio que isso, mas nas piras era demais, um delayzão infernal, duas guitarras infernizando, o outro guitarrista também eh super bom. Baixista nova e tecladista benzinhas, de vestidinho. Tocam bem pra caralho, eh de caretiar mesmo. Tocaram MAYONAISE e depois TONIGHT.
Essa foi demais pra cabeça, uma hora o Billy Corgan deu uma tossida, riu um pouco, retomou, muito na sincera, as luzes em sincronia total, tipo um inferno mesmo. Chegava horas que eu achei que tava no céu ou no inferno.
Deve ter no youtube alguma coisa, mas eles faziam umas pira perfeita e muito demorada, crescendo, crescendo, chegava uma hora parecia que aquela guitarra do Billy Corgan ia explodir.. Dai uma hora falava com a platéia.. eu não entendi porra nenhuma.
Em TODAY fizeram a intro e começou soh a bateria e a platéia... Depois de infernizar demais uma hora, guitarrera, noisera, noisera, noisera, meia hora de noisera e um super finale assim.
Eles fizeram uma formaçãozinho totalmente diferente, Jimmy em uma outra batera mais reduzida na frente, uns metais, um orgão e Billy no violão para as mais lentas..
Daih jah infernizaram de novo, bullet with butterfly wings, tocaram uma do ADORE, tudo em arranjo novo, tudo..
Daih Billy Corgan falou que eles eram a HEAVY METAL MACHINE, fucking HEAVY METAL MACHINE, e o viraram uma máquina de heavy metal de verdade, o baterista soh no infernizo total. "I don`t to be a jerk but I`m pretty sure you`re on my seat, o cara do meu lado, nao quero ser um chato mas acho que vc estah no meu lugar, daih falei que tinha gente no meu lugar tambem.. Sentei e comecei a quase dormir uma hora, dei umas apagadas, tava muito cansado, e o Billy Corgan moendo lah na frente, uma hora começou a infernizar demais, andar pros lados, me acordei bem quando achei que ele ia quebrar a guitarra, ameaçou várias vezes, bateu, surrou ela bastante, de repente surgiu dois tamborzão muito louco e eles tocaram SET THE CONTROLS do Pink Floyd, bem pra mim que tava com a peita do pinque. hahaha
Daih infernizaram mais um pouco, tudo perfect, vazaram e voltaram lindos, muito um grupinho de amigos, entendi que o billy corgan falou que o sorriso na cara deles era sincero porque eles gostavam do que estavam fazendo. Foram todos a frente, ele apresentou a galera, bateram palma mais pra baixista e pro batera, daih o billy falou: yeah, he is good. "sim ele eh bom" porque o baterista eh um diabo mesmo..
Billy corgan começou a falar que estava muito feliz, que era a platéia mais cheirosa pra qual ele jah tocou, daih todos n
ós cantamos
WE ONLY COME OUT AT NIGHT
WE ONLY COME OUT AT NIGHT (nos saimos apenas a noite)
THE DAYS ARE MUCH TOO BRIGHT (os dias sao muito luminosos)
WE ONLY COME OUT AT NIGHT (nos saimos apenas a noite)

Num super arranjo, enquanto eles tocavam uma especie de trumpetinho, nao sei se estavam fazendo com a boca ou o que..

Foi lindo e muito emocionante, nos inspira a ser cada vez mais o que somos.

Daih a merda. Eu simplesmente não tinha pra onde ir, os caras me passaram um numero que sofri pra ligar do telefone publico, em busca de um hostel por perto de hollywood. Nada.
Saih na noite louca, umas 3 meninas, uma caindo de bebada, do smashing pumpkins, abordei, nada, ninguem sabia, meu plano era chegar na estação e esperar ateh as 6 que os piá falaram que é bem de boa fazer isso,
entrei no metro, pois eis que Deus me apareceu.

Era uma velha com pelos na cara, parecendo mendiga. Perguntou se eu era brasileiro.
Começamos uma conversinha muito bem. Contei que eu tava tenso, e ela me falou pra ir na fé, falou várias vezes:
If somebody bother you say you have no place to go and you are waiting the amtrak train in the morning and you don`t want to wait outside because of the cold.
(Se algum guarda mecher com vc, diga que vc nao tem lugar pra ir e nao quer esperar lah fora por causa do frio.
Me fez companhia um monte, me falou coisas bonitas, falou que Deus manda pessoas pra ajudar a gente, e eu ouvindo aquela velha magra falando ingl
ês em Los Angeles daquele jeito soh soltei: for me it`s like if God is you. (pra mim eh como se Deus fosse vc)
Me deu 3 barras de cereais, eu insisti que não precisava, mas forçou, me deu um pacote de amendoim. Um copo pra por água, e ficava repetindo, se os guardas embaçarem, diga que eh teu segundo dia nos usa e vc tah esperando o amtrak pra voltar pra san diego e nao quer espera lah fora no frio.
Eu achei que seria bem tenso mesmo e fiquei emocinado com a ajuda dela, disse thank you, varias vezes, ela dizia pray to god and everything will be fine, keep god in your heart.. (reze pra deus e tudo ficara bem, sempre mantenha deus no coração. Ela falou que morava com 7 gatos no centro de LA numa casa ateh boa. Falou que esperava que eu conseguisse um trabalho no Sea World, e que eu escolhesse os estados unidos como minha casa pra um dia eu poder dizer, I like America, conversamos muito, ela disse que eu falava bem ingles.
Enfim, cheguei lah, nada tenso, tinha um bus pra San Diego as 2 e meia, jah era meia noite e meia, um lugar lindo, uma super estação, super cadeiras, super aconchegantes, todo mundo dormindo lah, e tinha comida também.. Graças ao meu pai, eu também to com grana no bolso aqui e ia estar sussegado...
Voltei meio que dormindo, consegui voltar em Clairemont, estas coisas são incriveis porque San Diego eh enorme e eh meio complicado se guiar por bus, e eu nao to cagando tanto no pau, achei a casa do Nick, bati, cheguei 7 horas da manhã hoje. Ele abriu pra mim, dormi ateh meio dia, ele me deu uma carona ateh aqui a casa dos piah em Pacific Beach. Conversamos um pouco, ele curte hardcore, offspring, o que eu imaginava..

The Smashing Pumpkins

Tinha decidido que ia na casa dos piá, logo cedo pra pegar eles em casa. Tava muito triste ainda, dei uma rezada antes de sair de casa. E assim o fiz. Nick acordou cedo. Esqueci de falar uma coisa, muito engraçado quando eu cheguei na casa deles e não tinha ninguém eu batia na porta e chamava por Nick! Nick! Conseguem imaginar? Hey Nick! NICK?
Percebi que era um piazão ainda, por isso que não estava sendo muito gente boa, estudava ainda, tá no último ano. Me deu uma carona, dei uma mini interagida.
Peguei um bus, fui meio que perguntando pra motorista. A galera fica muito caretiada de eu ser disposto a andar umas distancinhas, tipo, todo mundo tem carro. Eu desci do bus, meio respirando fundo, achei a rua e tava muito bem, de manhãzinha, pensei: aqui vc toma no cu mas tá aqui. E eu poderia realmente andar kilometros.
Encontrei a baia dos caras e comentei sobre o show. Eles falaram que era de boa ir pra Los Angeles, falaram que eu era meio louco, me ensinaram como fazer.
Peguei um bus na frente da deles na Grand Ave e fui até Old Town, peguei o Trolley, que eh um bondinho e fui até a estação Santa Fe. Interagindo com algumas pessoas, `as vezes eh legal `as vezes eh foda.`As vezes parece que falo bem, `as vezes a galera eh pau no cu, eh foda. Mas fui elogiado algumas vezes pelo meu inglês, isso eh bem.
Em Santa Fe me informei, peguei o AMTRAK. Isso mesmo Amtrak, um trem que faz a costa da California, muito bem. 30 pila. Fui na moral.
No banco de trás uma criancinha e uma babá falando inglês a viagem inteira, muito legal. E o visual sem noção, o oceano pacifico meio esverdeado, muito surfista. Passei por um monte de cidades, 2 horas ateh LA. Chegando lah, meio que tremi na base.
O que tah acontecendo aqui nesse blog eh que eu to meio que ocultando as cabaceada, porque teve muita, eh tenso, vc dah uma de tongo literalmente pois não sabe nada, torra a face bonito. Cheguei o Amtrak tem conexão com metro e tudo mais.
LA uns prédios enormes, vi de longe, depois só fiquei embaixo da terra, peguei o metro ateh UNIVERSAL CITY. Dois negrão por deus! Eu não entendia porra nenhuma o que eles falavam, soh "my nigga, my nigga, e num sei o que my nigga", e tinha um infernal, o metro inteiro escutava ele, gesticulando, levantava toda hora, fazia os gestos infernal, puxava assim o "mannnnn, oh mannnn, no mannnnn, whaaaaaaat? whaaaat? do u wanna sit huuum? As pessoas meio que se assustavam, mto will smith, esses negrão que vcs bem conhecem.
Desemboquei um prédio gigante HILTON. Peguei um trenzinho que entra na cidade da Universal. Muito louco, Tipo uma Las Veguinhas assim, uma cidade da pira, milhões de lojas extremamente coloridas, umas luzes estourando de florescente, uma loja de brinquedo magnétido, uns disco voador que voa de verdade na tua mão, tudo do futuro, uns chaveiros que ficam 5 anos piscando por luz solar, um tubo que dava pra voar.
Isso mesmo, tipo gravidade zero assim mas na verdade era um super vento, um tubo alto. 30 dolares, vc fica voando lah dentro. Muito louco, a pele das pessoas puca assim, igual para quedas mas dentro de um tubo de uns 5 metros de altura.
BUBBA GUMP shrimps, muito legal essa loja do forrest gump, a rota que ele percorreu nos USA. Nas mesas, Run Forrest Run. Todas as lojas muito burguesas.
Comprei meu ingresso e me deu uma loucura no coração, uma felicidade muito grande. Fiquei sorrindo sozinho. 40 pila.
Eu tava soh com uma tensidãozinha que era como eu ia voltar depois do show, o ultimo Amtrak pra San Diego era as 22:00.
Dei uma boa circulada por lah, tudo muito barato, oculos, camisetas, daih que eu me dei conta, eu estava em Hollywood. Fiquei muito pensando que Nise ia adorar, que vcs iam caretiar.
Isso me ocorreu muito forte sobrevoando o Novo Mexico, que as coisas soh são compensam quando compartilhadas com alguém, e como era triste estar sozinho. Experenciando isso tudo sozinho. Fiquei muito pensando em levar alguma coisa pra Nise, Melu e minha mãe, mas o que? Daih comecei a ficar meio burro, aquela luzarada, um capitalismo do inferno. Tipo uma disneilandiazinha, depois comecei a perceber que aquilo era o podre dos estados unidos, aquele alvoroço, universal, looney toonies, simpsons, animaniacs que vão a merda.
Fiquei muita na pira de levar uma camiseta, 5 dolares, as estampas eram: I love Hollywood/I love California/ California/I love LA/LA/ My friends went to Hollywood and bought me this silly t shirt (meus amigos foram pra hollywood e compraram pra mim essa camiseta sem graça/ elas ficariam meio grandes na Denise, mas eles rasgavam elas e deixavam nos manequins de um jeito bem bem.
Daih pensava, ah, que merda, não vou levar nada, gastar grana, uns boné muito bem tbm California, LA. Tudo 5 pila. Entrei e saih da loja várias vezes, meio que me deu uma travada.
Acabei comprando uma bolsinha muito bem pra minha mãe, e dois chaveirinhos, um pra Nise e Melu. Bem pra caralho, moral pra caralho, tipo, eu tive que comprar, não sei, eu tinha! Capitalismo filho da puta.
Aih estava eu na fila do Smashing Pumpkins, logo fiquei meio conhecido, como o brasileiro, quem diria, meu deus, um ponta grossense ali. Um pessoal muito legal, o que mais me surpreendia era o desleixo, uns chinelão de dedo, umas pessoas feias, em Curitiba a galera deita muito mais no visual, apesar que no metro eu vi umas pessoas assustadoramente elegantes e estilosas.
Na fila troquei idéia com um cara bem gente boa, 40tão jah tinha ido em mais de 10 shows do Nirvana, ali mesmo em Hollywood pra 100 pessoas, diz que o Kurt sempre quebrava a guitarra, falamos sobre Wilco, Cake, At the Drive in. O cara tava muito ligado. Falei com um oturo de Riverside, filei um careto a galera caretiou, vieram me pedir careto.
Nessa hora ateh comentei com a cara, lah no Brasil a galera deleta a cabeça, tipo senti muita falta de um tubão ali, tubinho de boa. 123 deboa! Do nada um cara, Pumpkins posters for free? Peguei um, enorme, vou jogar na mao de cabortero.
Smashing Pumpkins, 20 years of sadness (20 anos de tristeza) Todos os tickets com cadeiras, não ingeri uma gota de alcool. Fui entrar fui barrado por causa da mochila, tive que voltar lah na City Walk colocar num LOCKER, um armárinho, gravei uma senha, tudo digital, vc compra as paradas , coloca grana nas maquinas moeda e papel e elas te devolvem o troco bem certo.
Gibson Amphitheatre, enorme. 35 40 pila as camisetas ZERO. Brancas, diferentinhas, e essas do 20 years of sadness muito bem, nao tinha como, nem um braceletinho super bem de 10 comprei.
Começou o show, Jimmy deitando na bateria, daih uma musiquinha bem bonitinha, felizinha, Billy Corgan de vestido branco, muito louco, acabou ele pegou a guitarra tirou o vestido e puxou a primeira do Zeitgeist, daih comecei a chorar, chorei de soluçar, era unbelievable, era o cara ali. ZERO, de branco. Eh demais da conta, infernal, as musicas todas com arranjos diferentes, Tonight TOnight, Bullet with butterfly wing, tudo infernal demais, ta meio apurado aqui, depois conto melhor sobre o show e como acabei voltando pra san diego, nos vemos no cabra show!

Jd, Nick and Richard

Eu estava apurado, não, eu não vos contei direito da tensidão que foi no começo. Só pra situá-los: recentemente eu estava tolerando uns mormons no Brasil. Eles viam, trocávamos uma mini idéia, eu queria que eles falassem em ingles, mas enfim, rezávamos, e eles me falavam da biblia e pregavam a palavra deles. Era divertido até. Os dois eram americanos.
Eles sabiam que eu tava indo pra América e aconteceu que um deles citou que tinha um irmão em San Diego. Ficou por isso.
No último dia meu aqui, eu estava "lesando" ou mehor, melziando with Nise e bateram palma os filha da puta eu digo "nuss, soh não vou atender". E Nise "nuss, agora não neh!".
Minha mãe falou que o cara tinha deixado o number do brother dele. JD.
JD? Sim, isso mesmo, Diei di. Contrário de Dj.
Enfim, eu e Nise fomos na sorveteria. "Ei Cabortero, vou pegar um sorvetinho". Eis que encontramos os caras na sorveteria. "Puta, sujou, os cara" Nise: "Ai luam, não precisa ficar dando satisfação agora, que se foda". Encabeçamos.
Abordei o Elder mais bonitinho, Elder Burger, ele me falou que tinha deixado o cel do brother dele que morava em San Diego e eu falei que soh ia me jogar nessa desse irmão dele. Os Elder falavam portugues bem pra caralho.
Beleza, cheguei no aeroporto de Dallas e resolvi ligar pro lázaro.
Antigamente eu pirava muito ligando pra um número no orelhão, que era uma operadora internacional, sei la. Aih eu perguntava tipo :Can you tell me, what's the sweden code? E ela fizia, yes, for sure, the sweden code is bla bla bla, "ok, thank you". Desligava e "puta que pariu, que bem falar inglês.
Encabecei uma ligada pra esse JD, irmão de Elder Burger. Hello man, I'm your friend's brother, bla bla bla. Passei um migué. Beleza. Só que o cara não estava em casa e falou que ia contatar o Nick. Quando ele foi me passar o endereço acabou os 5 minutos do cartão porque eu jah tinha ligado pro Brazil e dado uma boa melziada. Comprei mais um cartão por $15, uma boa interagida com uma negrona. Muito bem. Ela me ensinou como usar, eu tenho que digitar uns 30 numeros, e não precisava colocar o cartão na máaquina.
Hello, JD, it's me, Luam again. Depois de muito custo consegui pegar o endereço do filha da mãe. Can you spell that? (Pode soletrar?) Dai me passou o número do Nick, room mate dele que estaria em casa.
Fui na fé. Conheci Vinicius no aeroporto. Um cara muito gente boa de Florianopolis, falou que tava indo e tinha onde ficar e os caras tavam procurando por room mate (colega de quarto) no bom sentido.
Chegando em San Diego, os amigos deles estavam lah esperando, vieram pro aeroporto através de um GPS. Muito bem, eles esquemados ali, falando português mas eu muito na de falar só inglês, peguei endereço, telefone, falei que só ia ver qual era a do JD lá. Afinal, imagina se fosse barca? Fui corajoso e louco. Mas seria mais na moral se encabeçasse de cara um ônibus. Um taxista pau no cu me levou no lugar, Clairemont Area, meio burguês, tudo bem bonitinho. Ele foi se guiando através de um GPS que não tem erro. Vai aparecendo virtualmente e falando bem certinho as ruas e onde eh pra virar.
Eu bati na porta, me flagrei que não tinha ninguém em casa mas mesmo assim abanei pro táxi e ele vazou. Esses momentos foram pira. Eu alone. Todo momento pensava, qualquer coisa vou na dos piá.
Fui na casa da frente perguntar se conheciam, um mexicano que eu não entendia nada que ele falava, mas que queria me servir em qualquer coisa. Me deu uma carona porque eu queria comer, fomos virando esquinas, ruas, nessa hora que eu lembrei da piazada, do cabra show, meu deus aqui nos usa num carro com um mexicano, chegamos num lugar ele falou "aqui, ok?" "gracias" logo pensei "puta que pariu, agora como eu vou voltar!".
Fui num lugarzinho comer, as interagidas muito bem, eh muito legal os "Thank you" "Thank yooou!" A pessoa responde enfatizando, tipo, obrigado você! E tambêm os "Thank you" "Your welcome" isso a todo momento, toda hora.
Pedi um cheese sandwiche maravilhoso e grande, troquei uma boa idéia em inglês com um velho. Liguei pro JD falando que não tinha ninguém em casa, ele falou pra mim me certificar das portas de trás e falou que ia fazer umas ligações ver se alguém não podia me pegar, me passou telefone de um tal de Bruce.
O Nick que supostamente estaria na baia não atendia o tel.
"Pois sabe de uma coisa" Fui lá, moquei minhas malas no quintal deles, peguei uma bike e dei uma boa andava por tudo, foi bem massa, comprei o jornal, li o jornal. Cansei.
Eu numa super expectativa desse tal Nick aparecer e eu ser muito gente boa com ele, ele me adorar e pedir pra mim morar na faixa ali, porque já tinha super me adptado e curtindo a região. O cara demorou um monte, quando era noite chegou, abriu a porta pra mim, e jah vazou. Falou que meu quarto era um lah. Não entendi direito. Fiquei lá na baia sozinho.
Dei uma boa flagrada, tinha um quarto que parece que tinha passado um vendaval. Entrei no outro, uma arma de verdade na frente da tv. Pensei: ou dou um tiro na cabeça agora.
hahaha Tinha um laptop, me atrevi, morrendo de saudade de vcs, entrei jah muita coisa pra ver, pra falar, tinha que tomar banho me agilizar.
Depois de um tempo o Nick chegou de novo, super estilosão, uma espécie de surfista, hardcore, offspring, americaninho, vida-loka, com dois super carros na garagem. Bem de boa.
Falou pra mim, Luam, this is richard`s room. O quarto que era pra mim era um lugar muito treshado que supostamente o JD dormia, mas não tinha como.
Me desculpei, o Nick muito americano falou que ia pra escola de novo, resolvi dar mais uma orkutiadinha quando "bam" som da fechadura, fechei o laptop na tensidão chegou o Richard, falei que tinha usado o laptop dele, que não sabia. Tentei trocar uma idéia, incomunicável também. Nessa resolvi dormi, muito triste, muito triste mesmo.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Feeling like Borat

Festinha de despedida all right. Acordei cedinho e fomos eu e Nise pegar meu bus pra SP. Um aperto enorme que nunca tinha sentido no coração. Um beijo de verdade. Um adeus sem coesão. Fui chorando no ônibus, tomei um dramin, mas já estava meio ressaquiado com sono da noite anterior então meio que dormi a manhã inteira. O ônibus foi parando em tudo que é rodoviária e não chegava nunca. Sorocaba. Chegou 16:00 da tarde. Logo fui e comprei uma passagem de um bus super burguês pra Guarulhos. 30 pau.
Foi quase vazio, parou na
rodoviária do tietê, eu fui curtindo um som.
Chegando l
á no aeroporto, meu deus. Fica meio afastado da cidade, na verdade no município de Guarulhos. Enorme. Fiquei na fila do check in, comi um mc donalds de 17 pila. Isso mesmo 17 pila. Tudo absurdamente caro no aeroporto. Conheci um casal que tava indo pra Disney porque a filha coitada ainda não conhecia. Depois iam fazer um cruzeiro de 1 semana no Caribe.
Fiz o check in meu vôo era 23:00 e eram 19:00. Fui tomar um chopp e minha primeira surpresa, duas criancinhas falando inglês, que demais, posteriormente na história encontraria várias delas. Já estava na verdade cansado de ver brasileiros.
Era hora. Um avião muito, mas muito grande. Uma turbina muito grande.
Havia computadorezinhos atr
ás de cada poltrona, então cada passageiro tinha acesso. Tinha videos, filmes, e joguinhos. Tinha um controle. Joguei um pouco de Tetris.
Dormi mais ou menos. A pira maior era um Path Control que mostrava o mapa mundi e mais ou menos aonde estavamos. Uma escurid
ão total pra mim, soh umas luzes la embaixão sei la do que, nos a 11.000 metros de altitude, mas eu sabia que sobrevoavamos o Golfo do Mexico por esse mapa por exemplo. Ai começamos a chegar perto e perto, e depois de 10 horas de voo. Muitas luzes, muito louco a imagem la de cima. Da pra ver bem certo as cidades, as ruas, os carros parecem formiguinhas. Muito Sin City, Civilizations. Uma imagem muito louca.
Eram 6 da manha. Dallas eh muito grande. Tava 6 graus, mas senti pouco do frio por causa do ar concionado. Milhoes de luzinhas sobre um fundo preto.
Descemos e eu peguei um trem bala pra ir de uma parte pra outra do aeroporto.
Aeroporto de Dallas o terceiro maior dos estados unidos, maior que Dois Vizinhos. Muuuito grande. Isso sem contar as mini interagidas com gringos que rolou. E todas muito legais.
Liguei pra JD irmao do Elder que eu conheci. Vou parar de usar acento porque eh uma merda ficar copiando e colando.
Falei in english with him. Depois de muito custo consegui o endere
ço do demente. Voo de Dallas pra San Diego, 3 horas. Voces nao tem noção o que eh atravessar o Novo Mexico e o estado do Arizona. Aquelas formaçoes rochosas, o deserto, lah de cima. Ora um tapete de nuvens. Ora montanhas. Conversei com um texamo legitimo, lenhador, me deu as boas vindas. Muito gente boa. Agora sim, tudo americano por todo lado mesmo. Falandão rindo, fazendo piadas, infernal. Muito filme. San Diego apareceu e pareceu milagre.
Pena eu nao ter uma camera comigo ainda.
Desci e peguei um taxi pro endere
ço, fica em Clairemont. O cara não tava. Fiz uma serie de ligacoes, tomei no cu bastante, pedi o telefone de um mexicano que morava na frente. De repente peguei uma carona com ele ateh um lugar que tinha comida.
A pira louca eh estar na pira.
Comi, soh falando ingles. Demais mesmo!
Conversando com a galera. Daih a casa tava vazia. Uma casinha mto americana, deixei minhas mochilas num cafofo que tinha atras. Peguei uma bike e sinceramente, fiquei 2 horas andando com aquela bike pelas redondezas de Clairemont. High Schollzinhas, nao peguei sainda mas deu muito boa. Interagi com pessoas na rua, comprei o jornal, demais de Paperboy. O pau no cu chegou 18:00, fiquei pra fora, ja estava noite. Entrei o cara entrou e jah saiu pra escola. Nao o irmao do Elder, o room mate dele que eu nunca vi.
Mas interagi bem em ingles. Nessa uma mina parou na frente da casa perguntando se eu morava lah que era pra mim deixar um recado. Interagir em ingles muito bem.
Daih comprei um celular, foi muito legal.
Vim prum ap de uns piah de floripa que eu acho que vou morar, tem lavanderia, piscina, vai ser uns 300 pila por mes, fiz isso hoje de manha, peguei um bus, na moral, muito legal.
Galerinha indo pra escola, encontrei umas brasileira que me ajudaram. Nao fique com ciumes Nise. Enfim...
To indo agora porque vou tentar ir pra Los Angeles ver o show do SmAShing Pumpkins, acho que vai dar certo, amanhha trago minhas coisas de Clairemont pra cah, Aqui eh Grand Avenue, 6336. Podem procurar no Google Maps. San Diego eh do caralho, ainda nao fui a praia. Eh foda nao ter camera pra tirar foto de LA agora, mas acho que vou acabar indo mais vezes...




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