The Cabra Show

Cabrashow: a loucura documentada da vida. Pra quem gosta de ler!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Last Weekend in San Diego

It's been so long I don't post. Precisely 8 months!

Tanto tempo sem postar mas meu último final de semana em San Diego eu lembro bem como foi.
Foram 4 dias consecutivos de fervo:

  1. Coachella Festival
  2. OB Global Rock Festival
  3. Earth Day
  4. 4:20 day
  • Sexta, April 17th - 2009 - Coachella Festival
Eu extendi a minha passagem em 1 semana porque já tinha comprado o ticket para o Coachella.
E chegou o grande dia, graças ao meu amigo Julian que tornou isso possível.
Ele me acompanharia e iríamos com o carro dele.

A família dele mora em Palm Springs (procurem o post Palm Springs no blog pra saber mais)
que fica próximo à Indio que é a cidade aonde o Coachella acontece.

Acordamos cedo e eu estava tão feliz, estávamos indo para o Coachella.
O aroma do festival estava no ar, uma sensação de liberdade,
Coachella é como se fosse o Woodstock dos dias de hoje.
São 3 dias de rock e várias bandas tocando em vários palcos diferentes.

A cidade de Indio é no deserto,
a região é montanhosa e árida mas o lugar do festival é um gramadão enorme,
afinal, o público estimado é 100.000 pessoas. 6 digits!


O Chris não ia, mas acordou cedo e aproveitou a carona, estava no ritmo também.
Ele não quis gastar $100 que era ingresso pra um dia, pra mim, era a chance da minha vida.



Rumamos em direção à Palm Springs mais uma vez. Como vocês podem ver nesse vídeo, eu tomando um Sake que meu boss me deu no lugar que eu trabalhava e no clima do fervo:


Chegamos na casa da mãe do Julian em Palm Springs e acabei esquecendo a câmera lá portanto do festival mesmo acabei ficando sem registro nenhum. Chegamos no Coachella por volta das 17:00. Um mundaréu de carros, um mundaréu de pessoas. Todos daquele jeitão "flower power". Cabeludos, mulheres de vestidos e flores no cabelo. Foi uma cena inesquecível o pessoal caminhando, indo pro festival. Um estacionamento gigantesco onde fizemos amizade com uns caras, estávamos tomando um Johnny Walker, o cara botou um hashish na roda e foi nesse grau que colamos na parada.

Levava minutos pra chegarmos de um palco para o outro. O Festival também tem exposições artísticas e é muita gente, um turbilhão de informação, fica difícil se orientar lá dentro. Me faltou um iPhone e um aplicativo Coachella que tem com GPS lá dentro e Line Up pra não perder suas bandas favoritas.

Eu vi o Morrisey de longe, perdi Franz Ferdinand mas de repente dei de cara com o Leonard Cohen tocando com um terno preto. Dance me to the end of love. Sentamos no gramado e assistimos ao seu show inteiro, foi alucinante. Tocando umas valsas e aquelas mulheres que o acompanham nos back vocais e ele com uma voz tão grave que reverberava no solo.

Aí partimos pro show do Paul Mccartney que era a atração da noite, foi maravilhoso. Assistir ao Beatle vivo ali na minha frente no festival mais tesão do planeta. Chegou uma hora que cansei e deitei no gramado e fiquei só ouvindo: Let it Be”, “Hey Jude”, Can’t Buy Me Love”, “Yesterday”, “Helter Skelter”, “Get Back” e os caras mandando muito bem.

Julian encontrou uns conhecidos dele de Palm Springs ofereceu uma carona e levou 2 horas pra achar o carro, muita gente voltando para os acampamentos. A barca mesmo é acampar e ficar os 3 dias, quero fazer isso um dia. Estou muito triste que não vou ir esse ano.

Entrem no site para vocês verem o Line Up 2010:

http://www.coachella.com/

  • Sábado, April 18th - 2009 - Ocean Beach Global Rock Festival

Haviam faixas pelas ruas anunciando o evento.
O que aconteceu no Sábado foi uma mobilização no bairro inteiro.
Foram bandas ao vivo em cada esquina e o fervo comendo solto.
Ocean Beach já é uma espécie de praia hippie em San Diego.

Nesse dia eu lembro que fizemos um esquenta,
Julian e uns parentes vietnamitas dele de New Jersey.
Saímos de casa, de cara turbinada e eu já legalizei a máscara
de Nacho Libre no meio da multidão.
E era rock em cada canto daquela merda.
Na beira da praia, nos gramados, era gente pra todo o lado.
Fomos até o mar e tiramos esta foto:

  • Domingo, April 19th - 2009 - Earth Day
Todo mundo sabe o quanto nossa geração está se projetando para uma vida mais "Green".
Vegans, carros híbridos, salvem as baleias, não joguem lixo no chão.

Os EUA tem este dia que é celebrado nos parques da cidade, O dia da Terra!
Talvez porque lá não tem muitas árvores e aqui no Brasil
nós somos acostumados a uma florestinha ao lado de casa.

No Earth Day fomos ao Balboa Park (ver post Balboa Park),
haveria uma grande mobilização lá.
Esse dia foi super legal porque saímos vários amigos todos juntos,
os amigos que eu fiz lá. E eu, o único brasileiro.

Brant, David, eu, Even, Phill, dude from South Africa, Eric and Chris

Any vegetarians inda house?

Logo na entrada do parque uma tartaruga gigante de uns 200 anos sossegando por lá. Eco-hippies/ecosexuals all over the place. Uma palestra de uma mulher negra escandalosa e um cara com o rastafari mais bem cultivado que eu já vi e um turbante, falando sobre um mundo melhor, sobre porque devemos nos tornar vegetarianos e sobre peace, sobre love, sobre green peace, sobre green love, sobre green Jah, sobre Rastafari, sobre how can you make your life greener! E uma banda com um reggae nervosão comendo solto. Haviam também pessoas normais, famílias, casais e filhos, haviam muitas mil pessoas.
Inovações tecnológicas, bicicletas ecologicamente mais corretas, uma kombi feita de bambu, ônibus híbridos e um cara numa tenda falando sobre a importância da legalização da maconha.
Quando chegamos no Earth Day haviam dois músicos que pareciam ser de San Francisco e de 1920. Eles estavam fazendo um som arrecadando um troco. Uma hora a galera decidiu pitar um cachimbinho perto de umas árvores e eles estavam por ali, chegaram trocar uma idéia, pitaram e fizeram uma canja pra nós. Foi aí que todo mundo começou a falar pra mim tocar uma música. O cara me passou a viola e eu toquei a música que fiz pro Sea World e todos consideraram um monte, foi super legal.

Aqui tem um vídeo para vocês sentirem o espírito do Earth Day, detalhe pro avião que passa rasante no começo do vídeo:



  • Segunda, April 20th - 2009 - 4:20 day
Em San Rafael High School em 1971 um grupo de jovens se encontravam todo dia às 4:20 depois da aula pra fumar maconha. Foi daí que surgiu a pira do Four Twenty. Um dia uma cliente no restaurante me perguntou se eu sabia o que era e perguntou se no Brasil eles tem conhecimento desta pira. Aqui eu nunca tinha ouvido falar mas acho que iam aderir esta moda.

Às 4.20 da tarde ou 4.20 da madruga em ponto seria horário perfeito para o consumo da erva e é isso que os americanos levam à risca. Só por folia. Existem marcas 4.20, adesivos, tatuagens, é mania. Tanto que o dia 20 de Abril (como nos USA o mês vem antes do dia na data - 4/20) virou um feriado da contra-cultura, neste dia as pessoas se reúnem pra celebrar e mandar fumaça pro ar. Eu uma universidade em Colorado o Four Twenty Day reúne mais de 10.000 pessoas em um evento todo ano. Abraham Lincoln sempre é lembrado, o presidente americano que dizia que dentre suas coisas favoritas estava umas boas baforadas num cachimbo com uma boa maconha.
As pessoas me desejavam: Happy Four Twenty, na rua, era hilário. Neste dia eu fui ao Zoológico que é um dos maiores do mundo. Vi Urso Polar, Pingüim, Hipopótamo, Rinoceronte, Dromedário, etc. Foi eu, Julian e Evan. Quando deu 4 e 20 eles tiveram de fazer um pit stop lá dentro do zoo. Quando chegamos em casa, mais a noite fizeram uma festa e consequentemente houve muita, mas muita maconha mesmo. Como nunca vi.


sexta-feira, 22 de maio de 2009

Dexter

Quase 2 meses sem postar no blog, não sei se devo pedir desculpas mas sabe quando você tem que viver mais a vida do que ficar na internet? A minha grande vontade seria com certeza sempre ter postado tudo mesmo. Todos os meus dias detalhadamente e também algo que eu seria capaz mas requere tempo e empenho e acabo não conseguindo é postar em português e em inglês. Seria demais agora que voltei para o Brasil todos os amigos que fiz lá poderiam ficar ligados no Cabra Show também. Mas que coisa, não publiquei nem que já voltei para o Brasil e tantas outras coisas. Bom, vamos por partes, quero contar sobre Dexter que dentre todos os meus saldos e realizações nestes 5 meses na Califórnia foi a coisa que mais me fez voltar pra casa realizado e com o nariz empinado.

Eu sabia que meu blog estava por assim dizer "bombando" de uma certa forma em uma certa altura do campeonato. Ao menos, minha família toda meio que acompanhava, todos os meus amigos, e por eu ter divulgado no orkut e na comunidade brasileiros em San Diego sabia que havia mais algumas dezenas de leitores aqui e ali.

Os camaradas e conhecidos me apoiavam no MSN, mas de uma certa forma eu estava no aguardo do comentário daquela pessoa que acompanhou tudo, desde o começo antes de sair do Brasil até os dias de hoje. E foi numa tarde que este comentário chegou. Foi no dia 16 de Março através de um scrap no orkut que um indivíduo com apelido de Dexter me passou a seguinte mensagem:

Dexter:

eaiii manoo , cara acompanheii seu blog , desde que tava no brasil em dezembro e sei de todas historias mesmo que se passo aiii , axo que to vivendo algo semelhante a ti , tudo em busca do meu sonhoo e tals e nao vo desistir esse teu blog , me da inspiracaoo pra caramba , e mais vontade de seguir em frente, pq sei q tem pessoas como eu , q tentaram e conseguiram e nao importa o que acontecer , vo ate o final pra isso , minhas intecoes era ir pos eua com visto f1 jah e curso de ingles , e quero entrar em uma universidade ,pra ganhar bolsa e jogar futebol pela facul,mas cheguei ai sem ninguem , to passando perrengue , passando fome as vezes , grana acabando e tudo mais , e meu visto nao e de trabalho o que torna mas dificil de se estabilizar , ate pensei comecar escrever tmb baseado nas loucura q ja fiz haha , valew mano bom trabalho nao para de escreve valew mano abracaoo . qualquer coisa se puder me ajudar em alguma coisaa e isso ai valeww.

Eu e Dexter no México

Fiquei de rosto. Falei que queria saber tudo o que tinha rolado com ele mesmo, pra ele me contar tudo em detalhes. Aí me adicionou no MSN e um dia destrinchou tudo que tinha passado. Estava conversando comigo de Crofton na costa Este dos USA. Me contou como de San Diego foi parar do outro lado do mapa.

No duro o que aconteceu com Dexter foi que na etapa final dos preparativos para a viagem deu um problema com o cartão de crédito e ele teve que pagar o preço da passagem do avião praticamente toda em dinheiro vivo, sendo assim baixou na gringa com muito pouco cash de verdade. Fiquei muito de rosto lendo aquela história me pondo no lugar dele se virando sem dinheiro e com um inglês precário. Falou que pedia ajuda pra galera na rua, chegou a ficar com um velho americano que o acolheu por 1 semana na generosidade total.

Me contou que chegou quase no ponto de dormir na rua, quebrado, dormiu num albergue tenso, contatou um amigo brasileiro que estava em San Diego e o amigo o acolheu por alguns dias somente e despejou o coitado. Sem ter pra onde ir, pra piorar ainda mais uma chaga lhe surgiu nas gengivas que sangravam e doíam, emprestou uma grana desse amigo que tinha sido pau no cu e voou pra casa de uma outra conhecida nos Estados Unidos, o detalhe é que ela morava no estado de Maryland. Califórnia e Maryland são estados completamente opostos então ele foi literalmente de uma costa à outra da América do Norte e tomou no cu lá também porque a universidade que estava se agilizando não deu boa. Apesar de que conheceu Washington DC, deu umas bandas com uns amigos por lá, viu neve, muita neve, coisa que eu nem vi a cor, mas sempre quebrando e a raça emprestando dinheiro pra ele.


Achou uma conhecida no orkut que trabalha com brasileiros que tentam bolsa no exterior, esta foi super gente boa providenciando a papelada e uma universidade no Kansas pra ele cursar. Segundo o que ele me contou, essa menina foi absurdamente generosa também, mantendo contato com ele lá, fazendo o intermédio com os responsáveis nas universidades, agilizando o lado mesmo. No aeroporto de Crofton ou algo assim, Dexter com o cartão de crédito do amigo do pai dele, os filhos da puta do aeroporto não acreditaram que Dexter falava a verdade e o acusaram de ter roubado o cartão de crédito e Dexter não conseguindo se defender saiu do aeroporto de ladrão.

Aí alguém conseguiu entrar em contato com a agência mas já era tarde, Dexter já perdera seu vôo. Substituiram seu ticket para o outro dia, chegando lá os paus no cu embaçaram com o excesso de bagagem de Dexter e cobraram um adicional de $50 dólares, grana a qual Dexter só, mas só não tinha. Na pressa, na "drena", faltando algo como meia hora pro avião decolar Dexter não pensou duas vezes dispensou uma de suas malas inteira no lixo. Meias, tênis, roupas, livros de inglês e o caralho a quatro, jogou o excesso de bagagem no lixo do aeroporto e entrou no avião. Depois se arrependeu, pensou que poderia ter dado pra alguém. Mas só até aí calculem o tamanho da cagada.

Eu contava pra minha mãe e sofria com a situação dele também. Pensava, "puta, esse piá tá tomando no cu que nunca vi". Até então só no MSN. Dexter era meu amigo virtual.

Chegando no Kansas sem pai nem mãe Dexter no aguardo de um suposto treinador que estaria o esperando no aeroporto, recebeu a informação que a universidade deu para trás completamente de última hora alegando que Dexter não tinha alcançado a média em uma avaliação de inglês que fez assim que chegou em San Diego.

Umas horas me falava no MSN. "Daí Luam, pense, eu estava no aeroporto, sem lugar nenhum pra ir, sem ninguém pra telefonar, sem dinheiro nenhum pra comer". Uma situação limite tal que com o perdão de Deus chegava a ser engraçado e assim como ironizamos com meus amigos que quando não há solução alguma e nada a se fazer agaixa-se de cróque e introduz-se o polegar no próprio cu pra acabar com a desgraceira mesmo. O Amauri que surgiu com essa uma vez, disse que tava fodido no centro, tava fodido na faculdade, o celular sem bateria, perdeu o ônibus, pensou "ah que se foda" e enfiou o dedo polegar no próprio ânus. Falou brincando né! Aí eu e Luimar até inventamos o verbo polegarziar, quando tudo dá errado, quando tudo está perdido só nos resta enfiar o polegar no próprio cu. Só polegarziar mesmo. Não que fatidicamente toquemos nossas partes íntimas, só o modo de falar mesmo. Ui, credo!

Imaginem qual não foi o gelo no meu saco quando eu entro no meu orkut e tenho um depoimento do Dexter mais ou menos assim "cara, não sei nem como te dizer isso, mas me compraram uma passagem pra voltar pra San Diego daí to indo de volta pra aí mas não tenho nem pra onde ir". Sujou pro meu lado. A princípio me encolhi, joguei a real, respondi algo assim: "puta que pariu véio, cara, pior é que eu só não tenho como te ajudar meo, eu durmo na casa dos caras aqui, é tenso, posso te indicar um albergue que é bem barato aqui perto do meu trampo". Expliquei como pegar o bonde, passei o endereço do pico e falei que se ele quisesse aparecer no meu trampo, aí expliquei bem certo aonde era o meu trampo.

Imaginem qual não foi o gelo no meu saco quando eu a trabalhar ali por 22:00 horas da noite quando de repente uma faceta Dexteriana aparece no meu caminho e fala "daí véio". Meu deus. Falei pra ele que eu saía às 23:00, pra ele chegar mais além que daí a gente trocava uma idéia. Eu até tava com um pressentimento que a figura ia aparecer. Ele me pareceu bem mais jovem do que eu imaginava e aí trabalhei a última hora do expediente na adrenalina de sair falar com ele.

Julian (Iron Man) Dexter, Steven (our boss) e Ben (o cara que agilizou o trampo pra mim)

Aí falei pro Dexter que já tava saindo, só precisava fechar o barraco, limpar tudo e pensei "sabe de uma coisa". Articulei uma vassoura nas hands de Dexter e falei "vai me ajudando aí véi, pra gente sair mais rápido". Nessa já comecei a falar pra ele se empenhar na varrida, dê a melhor varrida da tua vida que meu chefe tá vendo. Aí apresentei ele pro meu chefe dizendo ser um amigo brasileiro. Aí era domingo, dia que limpamos as calhas do fogão da cozinha, Dexter caiu na esponja e dá-lhe esfregar aquela gordura. Expliquei pro meu chefe de um jeito que a galera só foi com a cara do menino Dexter que com um inglês não tão fluente os ganhou no carisma e sorriso legítimo brasileiro oriundo lá das bandas de Blumenau, San Catarina.

Precisa contar o resto da história? Meu patrão falou, gostei deste piá, pode voltar com o Luam amanhã. Saímos do expediente, ele já tinha reservado a noite no OB International Hostel que trata-se do albergue mais psicodélico/hippie/roots que já vi.

Dormi de ratão no albergue porque também estava meio sem lar, os ônibus já tinham parado de passar e naquela noite rezamos pra Deus que desse certo do piá ser admtido no meu trampo. Varrendo, lavando louça, esfregando o chão, naquela altura do campeonato este trampo quebraria todos os seus galhos e endireitaria a vida dele. Dexter me contou que tinha chegado em San Diego na noite passada, sem ter onde ir dormiu no aeroporto e ficou quase 24 horas sem comer tendo alucinações de fome até uma santa emprestar 10 dólares pra ele no aeroporto. Nessa hora que damos extremo valor a qualquer mínimos trocados. Trocados tais que jogamos fora ou gastamos em tantas bobagens em quantos outros momentos. Com esse 10 pila comeu um qualquer coisa e foi pra universidade e uma colega acertou uns papéis de matrícula pra ele e também jogou uns 20 pila de dó na mão dele e outro funcionário mais 10 e outro que ficou comovido com a história mais 10. Sei que quando Dexter me encontrou ele tinha 60 pila, tudo ganhado de dó, de camaradagem da galera.

Dexter comendo um burrito depois que cortou o cabelo a pedido do pessoal do trampo

Naquela época eu estava trabalhando todo dia, 13 horas por dia porque era vésperas de eu ir embora e queria fazer dinheiro e assim começou fazer Dexter comigo, das 10 da manhã às 10 da noite todo dia íamos juntos trabalhar. Foi aceito no trampo, ficou de meu aprendiz, eu passei todas as bilas pra ele, os macetes e Dexter assim como eu virou um dos garçons cabeça. Servers que eles chamam, porque a gente só servia comida. Aqui embaixo um vídeo da gente comendo comida koreana incentivamos Dexter a comer o polvo recém morto e ele não consegue:


Eu estava num clima total de arrumar as malas e partir e ele estava naquela pilha de chegada querendo fazer tudo. A gente começou a fazer várias coisas juntos, especialmente festa. Julian e Even mudaram-se pra uma quadra do meu trampo e eu morei ali em Ocean Beach no mês de Abril e todo final de 13 horas de expediente, eu, Dexter e Garrinson, um brother do trampo íamos tomar uma gelada que na verdade acabam sendo várias geladas e festa sem noção na casa dos caras. No outro dia, hangovered or not (ressaquiados ou não) era nós 10 hora agilizando tudo e dando o máximo no trabalho provando que o brasileiro é a energia em pessoa.

Evan, Dexter, eu, Edgar e nosso boss Steven

O meu nariz empinado voltando pra pátria não parou por aí. Para me substituir indiquei o irmão do Eric. O ilustríssimo e gente boníssimo Edgar, escrevi sobre ele no post Storage no mês de Fevereiro no blog. Então Edgar apareceu na entrevista e no dia que eu pedi a conta assumiu o trampo no meu lugar. Edgar apesar de não termos feito metade das coisas que eu queria que tivéssemos feito se demonstrou um super amigão o tempo todo nas minhas semanas derradeiras e agora ele e Dexter formam uma dupla infalível no trabalho. Fora dele, estão jogando bola juntos e estão bem amigos fazendo várias coisas juntos. Esqueci de comentar o fato que Dexter é flamenguista. Tenho falado com ele por MSN, disse que seu inglês já está bem afiado e que já começaram as aulas na faculdade e que logo, logo começa a liga de futebol de San Diego e ele vai provavelmente deitar e rolar naquelas gringos pernas de pau, fazer 3 gols por jogo. Go Dexter!

No final das contas deu tudo muito certo pro Dexter. Um verdadeiro final feliz que na verdade está sendo só um começo feliz. Minha felicidade é enorme de ter dado uma mão pra esse caboclo, os pais dele estão muito mais sossegados. Tá lá, trabalhandinho sossegado, fstudando e jogando bola pela faculdade. Tudo isso na Califórnia, pico mais irado do mundo. Vai voltar pro Brasil no final do ano só pra visistar a família e está pensando em trazer o Edgar.M e contou que Edgar já está até guardando dinheiro para a viagem.

Então teremos visita!

Por eu ralar tanto no trampo coisa que era o mínimo que eu faria depois de tanto desespero atrás de emprego o pessoal achava que eu era o mor. Por eu ter descolado o trampo pro irmão do Eric e pro Dexter achavam que eu era o maior dos bons samaritanos. Por eu ter feito tudo isso, feito tantos amigos, unido tanta gente, promovido tanta alegria com minhas músicas nas festas achavam que eu era um super herói.

eu e Even

E qual não era minha moral de patrão pauzudo quando nos dias derradeiros eu ia tomar cerveja de cliente no lugar que trabalhei e via os dois brotherzíssimos meus correndo pra cima e pra baixo entregando os pedidos e fazendo as coisas que eu já era perito.

Acordei cedo, Dexter bateu na porta, acordamos o Evan. Eu estava todo fodido, tinham me pintado e rapado meu cabelo na noite anterior. Tomei um bom banho, as minhas malas já estavam todas prontas, tudo pronto, uma organização, uma responsabilidade e uma sobriedade que só existem em dias de viagem internacional. Saímos dar uma última volta por Ocean Beach, eu queria conversar com todo mundo, uma sensação louca. Passamos no meu trampo, tomamos um café, dei tchau pra todo mundo e rumamos pro aeroporto. Dexter me ajudou com as malas, foi comigo até o limite que dá na parte do embarque. O abraço, o "se cuide", as lágrimas, o obrigado por tudo, a menção a Deus e o adeus. Esta foi minha última foto de lá.